Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 28 de março de 2016

INACREDITÁVEL! DILMA LAVA ROUPA SUJA ANTE IMPRENSA INTERNACIONAL

Percival Puggina

Não sei de quem partiu a ideia de promover o encontro da presidente com alguns jornalistas estrangeiros. Coisa de amigo é que não foi. Li os conteúdos publicados pelos veículos distinguidos pelo convite, exceção feita ao Die Zeit porque meu alemão fica muito aquém do básico. Vi relatos sobre perguntas feitas e respostas dadas, ausentes as opiniões dos repórteres. Imagino que tenham ficado para a próxima edição. Mas são as respostas que valem, principalmente quando estampadas em páginas de jornais de grande circulação mundial.
 Com o que disse, com os sofismas que apresentou, com as acusações que fez, com a teoria da conspiração que construiu e com o que ocultou, a presidente produziu mais uma evidência de seu total desprezo à nação sob seu governo. Ela desrespeitou o país, desconsiderou as gigantescas manifestações populares, os inigualáveis índices de rejeição e atacou as instituições da República. Seu governo e seu partido criaram a sujeira, enodoaram as vestes, e ela lavou a roupa diante da imprensa mundial.
Apresentou-se como injustiçada, vítima de conspirações nascidas nas "coxias", mas não teve a coragem e a clareza de indicar quem fez o quê nesse suposto complô. Afirmou que seus inimigos a atacam por ser mulher supostamente frágil, característica que alega não ter. Escamoteou, com tal afirmação, o fato de, no meio da crise política, ter apelado pelo socorro do poderoso chefão de voz grossa, cuja proximidade havia rejeitado no quadriênio anterior. Reiterou que está sendo vítima de um golpe. Tal acusação recaiu, obviamente, sobre o Poder Judiciário e o Congresso Nacional, obrigando os ministros Toffoli e Carmen Lúcia a corrigi-la, esclarecendo que processos de impeachment são rigorosamente constitucionais. Atribuiu ao presidente da Câmara o rolo em que está metida, "ele mesmo sob investigação da Suprema Corte", aduziu. Ora, Cunha, bem sabemos, de março a dezembro do ano passado, foi algoz do impeachment e das mobilizações populares. Durante todo esse período, jogou água fria e gelo picado no calor das manifestações de rua e redes sociais, sentado como ficou sobre dezenas de pedidos oriundos da sociedade. O impeachment da presidente foi demanda nacional um ano antes de se tornar pauta do Congresso e do STF.
Consta ser de Napoleão o conselho segundo o qual não se deve interromper o adversário quando está errando. Acontece que os erros de Dilma, tal como nesse caso, custam caríssimo à nação.








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