Francisco Bendl
Há reações fortes contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff entre juristas, empresários, artistas e adeptos do PT. No objetivo de evitar que o pedido seja aprovado na Câmara, o Planalto mobilizou os petistas a deflagrarem uma verdadeira guerra contra o juiz Sérgio Moro, o Ministério Público e a Polícia Federal, classificando como inimigos da “democracia” o magistrado paranaense e as duas instituições, com a presidente a bater diariamente na tecla da suposta ilegalidade da investigação contra Lulaela e das escutas telefônicas dadas a público há poucos dias.
O momento é delicado, mas exige posições definidas e claras, sem panos quentes, embora nessas alturas haja receio de conflitos nas ruas, porque enfrentamentos entre os que querem o impedimento de Dilma e aqueles que a defendem serão inevitáveis.
Não há dúvida de que a solução para esta crise política, econômica e agora institucional inexoravelmente reside no impeachment, pois a presidente Dilma tem reiterado que não renunciará e a Justiça Federal ainda percorrerá longo caminho até a cassação da chapa com o vice Michel Temer por crimes eleitorais (doações ilegais para Caixa 2 da campanha).
O RISCO DO CAOS
Se os parlamentares quiserem que o Brasil avance um mínimo que seja no rumo de sua recuperação econômica e social, o Congresso precisa aprovar o impeachment de Dilma. Se decidir pela continuidade do governo, isso de certa forma indicará que a corrupção e a desonestidade são as prioridades da classe política, o país estará ameaçado por greves gerais, com um nível de descontentamento tão acentuado que teremos a renovação do caos e sua intensificação em níveis nunca antes vistos em nossa história!
No caso de ocorrer o impedimento de Dilma, os descontentes não estão entre as forças produtivas do Brasil e também não são a maioria da população, conforme as estatísticas neste sentido, e a situação poderá ser controlada, diferentemente da situação que aconteceria se a decepção recaísse sobre a imensa maioria que vem protestando contra este governo, com apoio da maior parcela da população.
Digo mais: a continuidade de Dilma ameaça o Bolsa Família e outros benefícios, pois a falta de recursos será tão acentuada que não haverá como pagar em dia tais auxílios, aumentando a crise e o descontentamento do povo.
SEM CONDIÇÕES
A presidente, na verdade, não tem mais como levar o País adiante, tanto pela falta de autoridade moral e pela incapacidade política, quanto pela inexistência de de projetos que possam nos tirar desse atoleiro a economia nacional, principalmente.
Portanto, não há como negociar a continuidade de Dilma. Ou ela sai ou o Brasil estará irremediavelmente condenado a graves distúrbios sociais e com o aprofundamento progressiva da recessão e do desemprego, como já fica evidenciado pelo expressivo aumento das falências de empresas, especialmente do setor industrial, que jamais enfrentou crise tão grave.
O quadro é este, mas ainda não se pode considerar o impeachment de Dilma Rousseff como favas contadas.
extraídadetribunadainternet
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