Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Para vencer as facções, o Brasil precisa adotar a política penitenciária usada no Japão

Carlos Newton

No domingo, a Polícia encontrou meia tonelada de explosivos num depósito clandestino em Fortaleza. No sábado, as facções já tinham explodido uma torre de transmissão de energia e uma concessionária de veículos em Fortaleza. Essa realidade demonstra que o país está em guerra, atacado por facções criminosas que agora vem se unindo para enfrentar a chamada sociedade organizada, que na verdade está totalmente desorganizada.
A primeira providência a ser tomada é uma mudança rigorosa no combate à criminalidade, para enfrentar as grandes facções que hoje dominam os presídios brasileiros.
COMO FAZÊ-LO? – O governo federal e os estaduais demonstram não ter a menor noção de como equacionar o problema. E sempre arranjarão justificativas tipo não há recursos, as penitenciárias estão superlotadas, a polícia prende e a Justiça solta, é muito difícil evitar o contrabando de armas, o desemprego leva ao crime, o sistema educacional está falido, e por aí em diante.
Para enfrentar tão grave questão, o governo precisa partir de fatos concretos, que possam nortear as providências. E a primeira constatação a ser levada em conta é que o problema não é que a polícia prende e a Justiça solta. Esse argumento é furado, as delegacias e cadeias estão cheias de integrantes das facções da vida. Aliás, se tantos líderes não estivessem presos, os presídios não estariam dominados por eles.
PERICULOSIDADE – Partindo dessa premissa real e incontestável, a principal e óbvia providência é dividir os presos: os de menor periculosidade devem ficar em prisões dormitórios, com possibilidade de trabalhar internamente ou fora.
Os mais perigosos, que participam dessas organizações criminosas, devem ficar em presídios de segurança máxima, sem a menor regalia, no estilo japonês, que já mostrou que dá certo e venceu a mais sanguinária máfia do mundo – a Yakuza, muito mais organizada e perigosa do que as facções brasileiras.

Somente um sistema de absoluto rigor pode impor a ordem nos presídios brasileiros. E já destacamos diversas vezes aqui na “Tribuna da Internet” a excelência do modelo japonês, até porque não existe alternativa.
MODELO JAPONÊS – No rigoroso sistema carcerário que o Japão teve de adotar, os agentes penitenciários e todos os funcionários dos presídios, inclusive autoridades e visitantes – todos trabalham e circulam usando máscaras de cirurgia, para não serem reconhecidos. Os presos não podem olhar para os rostos dos agentes penitenciários e funcionários. Se o fizerem, vão para a solitária.
O motivo é simples – a dominação dos presídios pelas facções começa justamente com a cooptação dos agentes penitenciários. O esquema é simples e funciona da seguinte forma. Quando o agente penitenciário sai de casa, a mulher (ou parente) recebe um telefonema ameaçador, nesses termos: “Seu marido saiu agora, de camisa azul… Daqui a pouco, você vai levar o menino ao colégio. Se não cooperarem, vamos matar todos vocês”.
É assim que os agentes são obrigados a se tornarem cúmplices, passando a levar drogas, bebidas, celulares e armas para dentro dos presídios, como já se constatou em praticamente todos os presídios brasileiros.
É POSSÍVEL – Por óbvio, é complicado preservar a identidade dos agentes e funcionários penitenciários, mas o Japão conseguiu fazê-lo e se livrou da Yakuza. Aqui no Brasil, todo criminoso de alta periculosidade deveria cumprir pena no modelo japonês. Já os condenados de baixa periculosidade ficariam em colônias agrícolas ou de prestação de serviços, trabalhando em oficinas para manutenção de veículos públicos, aparelhos de ar condicionado e móveis, ou saindo para reformar escolas e repartições públicos, assim como para fazer obras nas ruas.
É a única maneira de enfrentar organizações poderosas que reúnem milhares de criminosos, como existem no Brasil. Em cada Estado, precisa haver uma penitenciária modelo japonês para os líderes das facções e criminosos perigosos.  E o resto dos presídios passariam a operar como oficinas ou cadeias dormitórios, diminuindo custos para o sistema penitenciário. Mas quem se interessa?
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P.S.
 1 – Quanto à segurança pública, não há alternativa. É preciso  agir com tolerância zero, aumentando as penas para quem porta armas privativas das Forças Armadas e Polícias, como fuzis, metralhadoras e granadas, sem falar no uso de explosivos, que está em moda em todo país, nos assaltos a caixas eletrônicas.
P.S. 2 – E realmente devem ser “abatidos” os criminosos que estiverem com armas pesadas em punho. Na época em que vivemos, de universalização dos celulares, não há mais inocentes. Todas as pessoas, inclusive os menores que estão na adolescência, já sabem distinguir entre o bem e o mal. (C.N.)






























extraídadetribunadainternet

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