RODRIGO CRAVEIRO CORREIO BRAZILIENSE
No Brasil,
investigado é empossado ministro; réu dirige a maior das casas do
Legislativo; presidente alimenta o discurso do ódio, ao denunciar golpe;
deputados cuja probidade inexiste seguem achincalhando a nação,
enquanto juram dar sua parcela de contribuição para o povo. Até mesmo
opositores que se destacavam como paladinos da moral, da ética e da
honradez veem todo o seu discurso egocêntrico ruir como um castelo de
cartas, citados no limbo.
Se vivemos
dias difíceis, parte da culpa é nossa. Ficamos tempo demais deitados em
berço esplêndido, enquanto o nosso dinheiro era surrupiado por
engravatados que nos faziam acreditar agirem em nome do bem-estar
social. O nosso voto reconduziu ao poder figurões de histórico e de
caráter duvidosos. Fizemos senador um ex-presidente que foi forçado a
abandonar o Planalto por causa de um Fiat Elba. Ficamos tempo demais
calados, enquanto a Petrobras, que um dia foi motivo de orgulho
nacional, era assaltada sem piedade nem vergonha na cara.
Antes que
me considerem de direita, sou avesso a rótulos. Questiono o populismo em
sua forma mais pueril, por comprar apoio político em troca de migalhas.
Abomino a figura de líderes que se escoram num partido e veem a
ideologia do mesmo como única força motriz de um país. Talvez o Brasil
consiga colher ventos amenos e frescos da tempestade pela qual
atravessa. É hora de uma faxina na política. É tempo de retirar o poder
dos corruptos e eleger os candidatos realmente compromissados com o
altruísmo e com o desenvolvimento do Estado. Chega de sermos palhaços,
enquanto o circo se incendeia e desaba sobre nós.
EXTRAÍDADEAVARANDABLOGSPOT
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