Carlos Chagas
O tempo chega para todos. Só por milagre a presidente Dilma escapará da degola pelo Senado. Terá tempo de sobra para lembrar-se do que fez e do que não fez. No caso, ficou seis anos desligada da população, julgando-se acima do bem e do mal, dona de todas as verdades, prepotente e tratando até seus ministros como serviçais. Nem se fala de seu relacionamento com o Congresso, que agora recupera o tempo perdido.
Ainda que, numa reviravolta inesperada, Madame conseguisse escapar da condenação dos senadores, não encontraria o que fazer até 2018. Nem ânimo para dar o braço a torcer, reconhecendo haver jogado o país no abismo. Continuaria imaginando-se plenamente certa em seus desatinos econômicos, políticos e administrativos. Se alguém errou, foi o povo.
Só as dezenas de infelizes que aceitaram ser seus ministros podem dar conta de todos os episódios onde foram humilhados, ofendidos e substituídos.
PREPOTÊNCIA
Dilma colhe o que plantou, talvez pela impossibilidade de ouvir, até mesmo o Lula. Está sendo dispensada por conta de sua empáfia. Faltou-lhe humildade para imaginar o governo como um time. Mesmo o PT foi tratado a pontapés.
Imagina-se o que fará quando tornar-se ex-presidente, coisa que não demora. Arrependimento parece longe de seus sentimentos. Tentar retornar ao lugar que não conseguiu ocupar, pior ainda. Há quem suponha vê-la escrevendo suas memórias. Será difícil encontrar quem a ajude, pelo risco a correr: Sua Majestade não precisa da colaboração de ninguém.
O retorno de Dilma dos Estados Unidos está previsto para amanhã. Terá sido essa sua derradeira viagem ao exterior, antes de caracterizado o impeachment. De seus encontros com Barack Obama, François Hollande e outros chefes de governo, sobrarão constrangidas fotografias.
Fica o exemplo para futuros presidentes, a começar por Michel Temer. Ninguém sobrevive apoiado exclusivamente em sua própria força.
extraídadetribunadainternet
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