Com Blog do Josias - UOL
O cargo de Dilma Rousseff não é o único que estará em jogo na sessão do
Senado marcada para 11 de maio. Confirmada a tendência de afastamento da
presidente da República, os senadores transferirão do PT para o PMDB a
administração de uma fila de empregos que inclui 107 mil cargos
comissionados —como são chamadas as poltronas cujos ocupantes recebem
uma gratificação mensal além do salário.
Os assentos mais cobiçados são chamados de DAS, sigla de “Direção e
Assessoramento Superior”. Somam 22,3 mil cadeiras, das quais 6,5 mil são
ocupadas por pessoas estranhas ao serviço público, que entram pela
janela. Excluindo-se os salários, essas gratificações custam ao
contribuinte R$ 886 milhões por ano. E há outras 84,7 mil funções
gratificadas. Escondem-se sob um cipoal de cerca de 50 siglas e
denominações que dificultam a aferição dos custos.
Os dados foram colecionados pela assessoria técnica do DEM numa pesquisa
realizada no Portal da Transparência do governo. O levantamento inclui
apenas os órgãos da administração direta, sem estatais. Ainda assim, é
muito cargo. Nenhum governo é capaz de preencher todas as vagas apenas
com servidores amigos. Mas o poder longevo —13 anos e 4 meses no
Planalto— fez do PT o partido que mais exerceu controle sobre essa
engrenagem.
A eventual ascensão de Temer à poltrona de presidente oferecerá ao PMDB a
oportunidade de realizar algo que um peemedebista ilustre chamou de
“despetização da máquina pública.” O procedimento começará pelo Palácio
do Planalto. Ali, entre gratificações do tipo DAS e de outras
modalidades há 5.860 cargos comissionados.
Desse total apenas 73 estão alocados no gabinete da vice-presidência,
onde ainda despacha Michel Temer. Sob o mesmo guarda-chuva escondem-se
indícios de anomalias. Por exemplo: A EBC (Empresa Brasil de
Comunicação) abriga 425 servidores com gratificação. É quase o mesmo
número da Controladoria-Geral da União, que paga gratificação a 510
servidores. Ou da Agência Nacional de Aviação Civil, com 437.
Os parlamentares se mexem freneticamente para encaixar e, sobretudo,
manter amigos em assentos confortáveis. Tomado pelos movimentos
iniciais, um eventual governo de Michel Temer chegará mais macio do que
se imagina. O grosso da superestrutura rolará suave e fisiologicamente
de dentro da gestão Dilma para a administração Temer. Mesmo partidos
como o mensaleiro PR e o petroleiro PP rolarão de um lado para o outro
como lã em novelo.
O PR negocia sua permanência à frente da pasta dos Transportes, que
desgoverna desde o governo Lula. A pasta dispõe de 1.964 cargos
comissionados. Isoladmaente, o órgão que concentra o maior número é o
DNIT: 681. Responsável por rasgar e conservar estradas federais, essa
repartição é, historicamente, crivado de corrupção.
Do mesmo modo, sem prejuízo de outros troféus que o PMDB cogita lhe
entregar, também o PP trabalha para manter sob seus domínios a cobiçada
pasta da Integração Nacional, com 1.479 cargos comissionados. Mais do
que os 1.022 comissionados da Polícia Federal,
extraidaderota2014blogspot
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