Jornalista Andrade Junior

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Pior para Eduardo Cunha, se a crise política virar crise social

Carlos Chagas


Caso verdadeiras as anotações apreendidas pela Polícia Federal na casa de um assessor de Delcídio Amaral, não apenas o ex-líder do governo será condenado a pena de cadeia pelo Supremo Tribunal Federal e perderá o mandato por iniciativa da maioria do Senado. Também se verá fulminado o deputado Eduardo Cunha, apontado na mesma documentação como tendo recebido 45 milhões de reais do banco BTG-Pactual pela aprovação de medida provisória de interesse da entidade financeira. Esse dinheiro teria sido dividido com outros parlamentares, igualmente empenhados na tramitação da MP.
Pelo jeito, dessa vez o presidente da Câmara não escapa, na hipótese da comprovação de mais essa denúncia endossada pelo Procurador Geral da República. Os rumores são de que dois senadores e alguns deputados teriam participado da distribuição dos recursos provenientes de vantagens votadas no Congresso em favor do referido banco.
Hoje, o Conselho de Ética da Câmara decidirá sobre a admissibilidade do processo de cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar. Há divisão entre os deputados, sendo provável que a questão só se decida no plenário da Câmara.  Tem diminuído o número de partidários do deputado fluminense, mas, mesmo assim, sua bancada ainda é forte.
A sucessão de denúncias de conluio entre parlamentares, ministros, ex-ministros e dirigentes de empresas públicas chegou a limites nunca antes alcançados. Quem mais se desgasta é o governo da presidente Dilma, cujo silêncio não contribui em nada para evitar a perda de sua credibilidade e popularidade. Na dependência da decisão do Conselho de Ética poderá o deputado Eduardo Cunha valer-se da derradeira carta que traz na manga, a possibilidade de mandar tramitar um pedido de impeachment contra Madame, que tornaria o clima político ainda mais tórrido. Só depende dele,  como presidente da Câmara, dar sequência ou mandar arquivar a representação.
QUASE PARANDO
Enquanto isso, o governo anda devagar, quase parando. O desemprego só faz aumentar, os projetos de interesse do palácio do Planalto ficam nas gavetas, os impostos e o custo de vida aumentam e até os programas sociais se ressentem. Há quem suponha estar próxima a transformação da crise política e econômica em crise social. Despencam os percentuais de aprovação do PT e do próprio ex-presidente Lula, que admite disputar as eleições de 2018, mas apenas se dispuser de um mínimo de possibilidades de vitória.
SÓ PENSAVA EM COMER…
São preciosas as informações e análises apresentadas pelo ex-presidente Fernando Henrique no primeiro volume de “Diários da Presidência”, narrativa pormenorizada dos primeiros dois anos de seu governo. Como curiosidade destacam-se os registros quase diários de suas refeições. Almoços com uns, jantares com outros, fica evidenciado o prazer do sociólogo em cuidar do estômago. Mesmo entre elogios a seus ministros e outras personalidades do mundo político, a narrativa é plena de farpas e criticas a meio mundo.  Muita gente não está gostando, em especial se os próximos três volumes mantiverem o mesmo diapasão.






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