Ricardo Noblat
A compra causou um prejuízo gigantesco à Petrobras. Houve pagamento de propinas aos envolvidos com o negócio. E dinheiro sujo acabou repassado ao PT para pagar dívidas da campanha de Lula em 2006.
Na época, Dilma era a toda poderosa presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Nada se compra ou se vende ali sem autorização expressa do Conselho.
Dilma afirmou que se baseara em um parecer “tecnicamente falho” para aprovar a compra de Pasadena. É possível. Mas Cerveró está disposto a provar que ela mentiu.
Razoável imaginar, portanto, que a eventual compra do silêncio de Cerveró interessasse, pois, a Dilma e a Lula, fora Delcídio e André. E a quem mais? A todos os que temem a Lava-Jato.
A operação correu risco de ser torpedeada pela ação de Delcídio e de André, segundo concluiu o ministro Teori Zavaski, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal.
Nos últimos meses, raras foram as vezes em que Lula esteve em Brasília e não se reuniu com Delcídio. Os dois aprontam juntos desde o primeiro governo de Lula.
Delcídio ajudou Lula a sobreviver o mensalão como presidente da CPI dos Correios que denunciou... os mensaleiros. Marcos Valério, operador do mensalão, um dia procurou Delcídio.
Disse que queria dinheiro para não revelar o que sabia. Delcídio foi a Lula e contou o que ouvira de Marcos Valério. Lula orientou-o a procurar Paulo Okamotto, o tesoureiro da família dele, hoje presidente do Instituto Lula.
Deu certo a operação de compra do silêncio de Marcos Valério. Por que não daria certo a operação de compra do silêncio de Cerveró? Não deu porque o filho de Cerveró a denunciou.
Não há um só suspeito pela gatunagem na Petrobras que não lamente o insucesso da dupla Delcídio-André Esteves.
extraídadeaverdadesufocada
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