REINALDO AZEVEDO
Por Fausto Macedo, no Estadão:
Sócio do Labogen, Leonardo Meirelles afirmou nesta segunda-feira, 29, que o ex-assessor do Ministério da Saúde Marcus César Ferreira de Moura foi contratado pelo laboratório justamente para atuar como lobista em órgãos do governo federal, em especial na pasta em que trabalhou. “O Marcus Moura mantinha os contatos institucionais com o Ministério da Saúde”, disse Meirelles ao Estado. O Labogen é apontado pela Polícia Federal como o carro-chefe do esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef. O laboratório, controlado pelo doleiro, tentou fechar contrato com o Ministério da Saúde durante a gestão do ex-ministro Alexandre Padilha para o fornecimento de remédios de hipertensão pulmonar no valor de R$ 6,2 milhões por ano – pelo prazo de cinco anos. A parceria foi desfeita após a Polícia Federal deflagrar a Operação Lava Jato, que desmontou em 17 de março deste ano o esquema de Youssef e apontou suspeitas sobre os negócios do Labogen, entre outras transações do doleiro.
Sócio do Labogen, Leonardo Meirelles afirmou nesta segunda-feira, 29, que o ex-assessor do Ministério da Saúde Marcus César Ferreira de Moura foi contratado pelo laboratório justamente para atuar como lobista em órgãos do governo federal, em especial na pasta em que trabalhou. “O Marcus Moura mantinha os contatos institucionais com o Ministério da Saúde”, disse Meirelles ao Estado. O Labogen é apontado pela Polícia Federal como o carro-chefe do esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef. O laboratório, controlado pelo doleiro, tentou fechar contrato com o Ministério da Saúde durante a gestão do ex-ministro Alexandre Padilha para o fornecimento de remédios de hipertensão pulmonar no valor de R$ 6,2 milhões por ano – pelo prazo de cinco anos. A parceria foi desfeita após a Polícia Federal deflagrar a Operação Lava Jato, que desmontou em 17 de março deste ano o esquema de Youssef e apontou suspeitas sobre os negócios do Labogen, entre outras transações do doleiro.
Escutas da
Polícia Federal flagraram o deputado licenciado André Vargas, que pediu
desfiliação do PT em meio ao escândalo da Lava Jato, dizendo a Youssef,
por meio de mensagem de texto, que Padilha havia indicado o nome de
Moura para um cargo de comando no laboratório. A mensagem interceptada
foi enviada ao doleiro em novembro de 2013. Moura havia trabalhado com
Padilha no Ministério da Saúde entre maio e agosto de 2011, como
assessor de eventos da pasta do governo federal. Também trabalhou na
campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. Padilha, que é
pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, nega que tenha feito a
indicação. O Ministério da Saúde afirma que nenhum pagamento foi
liberado para o Labogen.
Atuação
Moura passou a atuar no Labogen em dezembro de 2013, segundo Meirelles. Ele ficava sediado em Brasília, mas com poderes para deslocamentos pelo País, em nome do laboratório. O sócio do negócio controlado por Youssef diz que o ex-assessor de Padilha não chegou por indicação do ex-ministro, mas sim de outro personagem do escândalo da Lava Jato. Segundo o sócio do Labogen, a indicação de Moura foi feita pelo fundo GPI Participações e Investimentos, controlado por Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Fernando Collor (1990-1992). Pedro Paulo, conhecido como PP, é suspeito de integrar o esquema de Youssef.
Moura passou a atuar no Labogen em dezembro de 2013, segundo Meirelles. Ele ficava sediado em Brasília, mas com poderes para deslocamentos pelo País, em nome do laboratório. O sócio do negócio controlado por Youssef diz que o ex-assessor de Padilha não chegou por indicação do ex-ministro, mas sim de outro personagem do escândalo da Lava Jato. Segundo o sócio do Labogen, a indicação de Moura foi feita pelo fundo GPI Participações e Investimentos, controlado por Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Fernando Collor (1990-1992). Pedro Paulo, conhecido como PP, é suspeito de integrar o esquema de Youssef.
“Ele
(Moura) veio através desse fundo de investimentos. Não tive nenhuma
influência (na contratação) e nenhum contato com o ex-ministro
(Padilha). Tive reuniões com o Marcus Moura, ele esteve algumas vezes na
empresa tomando conhecimento e ciência das nossas atividades. Eu não o
conhecia, nunca o tinha visto”, afirmou Meirelles. O registro em
carteira indica que Moura recebia R$ 4,2 mil ao mês. “Ele ganhava também
uma verba para custear viagens e hospedagens. Após o episódio
(deflagração da Lava Jato, em 17 de março), não tive mais contato com o
Marcus, outro motivo para que o desligue”, disse Meirelles. Segundo
informou o jornal Folha de S.Paulo no domingo, o vencimento real de
Moura chegava a R$ 25 mil ao mês.
O advogado
do sócio do Labogen afirma que o trabalho de atuação do laboratório com
o governo realizado pelo ex-assessor de Padilha era legítimo. “Todas as
empresas têm alguém responsável pelas relações com o poder público”,
disse Haroldo César Nater, defensor de Meirelles – o sócio do Labogen
também é acusado de integrar o esquema de lavagem do doleiro. “Não há
nada de irregular nesse trabalho. Um grupo de investidores que tem
interesse no Labogen disse que ele (Meirelles) precisava contratar uma
pessoa que pudesse fazer o papel de relações institucionais”, disse o
advogado. Diante do escândalo e da ligação de seu nome ao do ex-ministro
Padilha, Moura deve perder o emprego no laboratório. “Estou
providenciando o desligamento dele, vou comunicá-lo formalmente até
porque não temos mais condições de bancar essa despesa”, disse
Meirelles.
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