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12:25
ANDRADEJRJOR
PERCIVAL PUGGINA
ZERO HORA -
Lembram? Com o Papa no Brasil, militantes da falta de vergonha encenaram
representações obscenas usando imagens sacras e tentaram invadir a área
ocupada pela população que acorrera a Copacabana. Em Porto Alegre,
certo grupo de teatro resolveu simular uma bacanal no Parque
Farroupilha. Ante os olhos surpresos das famílias que desfrutavam do
local, mulheres e homens, deitados sobre a grama, se contorceram em
representações de sexo grupal e performances solo. Invasores da Câmara
da capital gaúcha pelaram-se e fizeram o diabo dentro do plenário. No
mês passado, ZH noticiou que em alguns locais de festas, alegadamente
incomodadas pelo calor reinante, mulheres tiram a roupa e elevam em mais
alguns graus a temperatura ambiente. A matéria informava que o
spogliarello era interpretado como atitude política (algo supostamente
relacionado com a libertação feminina) e que as dançarinas diziam-se
contrariadas quando algum audacioso ensaiava passar a mão nos seus
compartimentos. Nestes dias, circula na rede o vídeo de uma banda de
mulheres que se assumem como “Putinhas Aborteiras” e executam, com bocas
sujas e gestos desafinados, uma sucessão de abjeções supostamente
musicais, tendo como mote a pessoa do papa Francisco. Tudo sob o
patrocínio da TVE, a televisão educativa (!) da Fundação Cultural
Piratini, que transmitiu o show.
Reflitamos sobre esse breve
pot-pourri. A tolerância com o contraditório, com a diversidade, é uma
virtude das sociedades civilizadas. Mas não é saudável a tolerância com
quem, de modo arrogante, desrespeita os demais mediante grosserias,
vilania e múltiplas formas de corrupção. Tolerância perante a arrogância
desaforada de gente adulta não é civilidade. É frouxidão! Quando o
presidente da Fundação Piratini sai em defesa das Putinhas Aborteiras e
suas baixezas contra o Papa, afirmando que críticas “machistas e
chauvinistas” não serão toleradas, ele está nos ameaçando com quê? Eis
aí um bom exemplo de arrogância graúda, oficial, que insulta os
pagadores de impostos.
Faz muito sentido que a baixaria proclame seu
caráter político e que a política seja a baixaria que vemos. Uma e outra
confirmam o fato de que somos alvo de um projeto de poder cuja
consolidação exige a destruição de nossa cultura e de nossos valores.
Por fim, e lateralmente, lembro às mocinhas e, especialmente a seus
papais e mamães de “mentes abertas”, que todas devem ser respeitadas. E
que um bom ponto de partida para isso está na regra de prudência que
recomenda respeitarem-se elas a si mesmas.
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