ELIANE CANTANHÊDE
FOLHA DE SP -
BRASÍLIA - Três países, três Copas e três jornalistas, nesta segunda (26), na Folha, refletiram uma constante das Copas, que atraem os olhares do mundo inteiro e deixam o coração dos brasileiros batendo forte: muita angústia antes, alívio depois.
Na Copa da Coreia e do Japão, em 2002, Roberto Dias relata que uma central sindical prometia greves homéricas, mas o governo pesou a mão e cadê as greves? O gato comeu. E o aeroporto Incheon virou um dos melhores do mundo. O Brasil não tem nenhum entre os primeiros cem.
Na Copa da Alemanha, em 2006, Silvia Bittencourt cita uma "enxurrada que caiu do teto da Arena de Frankfurt" no ano anterior e críticas de uma instituição a detalhes de segurança dos estádios. Fichinha perto do que ocorre no Brasil, com atrasos, goteiras, superfaturamento e até morte de operários. Lá, descreveu Silvia, o resultado foi uma "Copa impecável".
Na Copa da África do Sul, em 2010, Fábio Zanini lembra logo do "Vá embora, máfia da Fifa!" e do "Se temos dinheiro para estádios, não podemos ter pessoas sem-teto!", citando maquiagens e atrasos arriscados. Igualzinho no Brasil, certo? Aí, a bola entrou em campo e as manifestações estouraram daqui e dali. Mas, no fim, prevaleceram a festa, a magia da Copa, o elogio final da Fifa.
E na Copa no Brasil, em 2014? Depois de tanto estresse, a grande torcida nacional é para que tudo dê certo e o país não precise se "envergonhar", como Ronaldo Fenômeno.
"Tudo dar certo" significa estádios, gramados e aeroportos funcionando --sem aumento da cerveja, por favor! Agora, é contar com a boa vontade dos gringos diante do caos urbano e "combinar com os russos", para uma trégua nos assaltos e tiros.
Manifestações haverá, mas sem o "cidadão comum" de junho de 2013, assustado com os quebra-quebras e constrangido com a hostilidade contra nossos craques. O que o Neymar tem a ver com baixo salário e falta de moradia? Quanto mais protestos desses, mais apoio a Copa terá.
BRASÍLIA - Três países, três Copas e três jornalistas, nesta segunda (26), na Folha, refletiram uma constante das Copas, que atraem os olhares do mundo inteiro e deixam o coração dos brasileiros batendo forte: muita angústia antes, alívio depois.
Na Copa da Coreia e do Japão, em 2002, Roberto Dias relata que uma central sindical prometia greves homéricas, mas o governo pesou a mão e cadê as greves? O gato comeu. E o aeroporto Incheon virou um dos melhores do mundo. O Brasil não tem nenhum entre os primeiros cem.
Na Copa da Alemanha, em 2006, Silvia Bittencourt cita uma "enxurrada que caiu do teto da Arena de Frankfurt" no ano anterior e críticas de uma instituição a detalhes de segurança dos estádios. Fichinha perto do que ocorre no Brasil, com atrasos, goteiras, superfaturamento e até morte de operários. Lá, descreveu Silvia, o resultado foi uma "Copa impecável".
Na Copa da África do Sul, em 2010, Fábio Zanini lembra logo do "Vá embora, máfia da Fifa!" e do "Se temos dinheiro para estádios, não podemos ter pessoas sem-teto!", citando maquiagens e atrasos arriscados. Igualzinho no Brasil, certo? Aí, a bola entrou em campo e as manifestações estouraram daqui e dali. Mas, no fim, prevaleceram a festa, a magia da Copa, o elogio final da Fifa.
E na Copa no Brasil, em 2014? Depois de tanto estresse, a grande torcida nacional é para que tudo dê certo e o país não precise se "envergonhar", como Ronaldo Fenômeno.
"Tudo dar certo" significa estádios, gramados e aeroportos funcionando --sem aumento da cerveja, por favor! Agora, é contar com a boa vontade dos gringos diante do caos urbano e "combinar com os russos", para uma trégua nos assaltos e tiros.
Manifestações haverá, mas sem o "cidadão comum" de junho de 2013, assustado com os quebra-quebras e constrangido com a hostilidade contra nossos craques. O que o Neymar tem a ver com baixo salário e falta de moradia? Quanto mais protestos desses, mais apoio a Copa terá.
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