MERVAL PEREIRA
O GLOBO -
A cada pesquisa
eleitoral, a presidente Dilma consolida sua posição de candidata natural
à reeleição, afastando pretextos para a atuação da turma do Volta, Lula
. Ao mesmo tempo, porém, certos números da mais recente pesquisa do
Ibope divulgada ontem indicam dificuldades para sua candidatura.
Enquanto Dilma voltou ao patamar de 40% de preferência do eleitorado, estancando a tendência de queda, o ex-presidente Lula aparece em alguns cenários com um índice de 46%, maior que o de sua sucessora, mas insuficiente para insuflar uma operação tão difícil quanto a substituição de uma presidente da República.
Se levarmos em conta que a margem de erro da pesquisa do Ibope é de 2% para mais ou para menos, temos um cenário de empate técnico entre os dois. É um cenário improvável, mas o fato é que, a cada pesquisa, o índice de Lula aproxima-se do de Dilma, mostrando que a dificuldade de garantir a vitória no primeiro turno é do projeto político, não de uma pessoa.
Claro que as dificuldades só aumentam quando a protagonista é uma presidente que não tem gosto pela política e só negocia com os partidos em situações como as que se apresentam agora, em que precisa desesperadamente de tempo de TV na campanha.
Falando na tal falta de gosto pela política revelada por Dilma, um interlocutor recente de Lula, ao fazer esse comentário, recebeu dele uma resposta interessante: Não gosta, é? , dando a impressão de que, para seu gosto, a presidente Dilma tem demonstrado apego excessivo ao cargo.
Voltando à pesquisa do Ibope, embora se mantenha até o momento no patamar de 40%, o percentual dos que afirmam não votar nela de jeito nenhum está em 33%, enquanto o dos candidatos oposicionistas diminuiu: o do tucano Aécio Neves passou de 25% para 20%, e o do ex-governador Eduardo Campos, do PSB, caiu de 21% para 20%.
Além da rejeição pessoal, Dilma sofre também com a avaliação do governo: o índice dos que o consideram ruim ou péssimo aumentou nessa última pesquisa para 33%, próximo, portanto, dos 35% que acham o governo ótimo ou bom - e também da medida a partir da qual um candidato não se reelege, segundo estudos do cientista político Alberto Carlos Almeida, que é a de 34% ou menos.
Outro empate amargo para a presidente Dilma: 47% dos pesquisados aprovam a maneira como ela vem administrando o país, contra 48% que desaprovam.
Talvez o mais importante ponto desta mais recente pesquisa do Ibope - que, no geral, repete os números das pesquisas anteriores do Datafolha e do Sensus - seja a demonstração de como os programas partidários foram importantes para a redução dos nulos e dos indecisos.
Uma crítica que se fez ao Ibope é que a pesquisa foi realizada no período de campanha petista, inclusive da exibição do já famoso comercial sobre os fantasmas do passado , que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tirou do ar.
Mas o resultado, no final das contas, mostrou mesmo foi a dificuldade que Dilma está encontrando para subir nas pesquisas, ao mesmo tempo em que os dois outros candidatos mais competitivos, Aécio Neves e Eduardo Campos, subiram bem mais que ela pelos critérios do Ibope. O que significaria que os comerciais do PSB e do PSDB exibidos semanas antes da pesquisa ainda sustentaram o crescimento oposicionista.
Dilma, inclusive, cresce apenas marginalmente nas pesquisas de um eventual segundo turno, enquanto seus adversários chegam a dobrar seu índice de apoio, como é o caso de Eduardo Campos. Nesses cenários, cresce o número de indecisos e nulos.
Seria a prova de que, à medida que Aécio e Campos se tornarem mais conhecidos do eleitorado, a taxa de rejeição deles vai se reduzir, e os que hoje rejeitam Dilma se decidirão por um deles.
A força da propaganda na televisão, porém, é mais um ponto a favor da presidente Dilma, que deve ter o triplo de tempo de propaganda do segundo colocado nas pesquisas, o senador Aécio Neves. Mas é também um problema, pois os partidos que fazem parte da base aliada tenderão a vender mais caro ainda cada minuto de televisão.
Enquanto Dilma voltou ao patamar de 40% de preferência do eleitorado, estancando a tendência de queda, o ex-presidente Lula aparece em alguns cenários com um índice de 46%, maior que o de sua sucessora, mas insuficiente para insuflar uma operação tão difícil quanto a substituição de uma presidente da República.
Se levarmos em conta que a margem de erro da pesquisa do Ibope é de 2% para mais ou para menos, temos um cenário de empate técnico entre os dois. É um cenário improvável, mas o fato é que, a cada pesquisa, o índice de Lula aproxima-se do de Dilma, mostrando que a dificuldade de garantir a vitória no primeiro turno é do projeto político, não de uma pessoa.
Claro que as dificuldades só aumentam quando a protagonista é uma presidente que não tem gosto pela política e só negocia com os partidos em situações como as que se apresentam agora, em que precisa desesperadamente de tempo de TV na campanha.
Falando na tal falta de gosto pela política revelada por Dilma, um interlocutor recente de Lula, ao fazer esse comentário, recebeu dele uma resposta interessante: Não gosta, é? , dando a impressão de que, para seu gosto, a presidente Dilma tem demonstrado apego excessivo ao cargo.
Voltando à pesquisa do Ibope, embora se mantenha até o momento no patamar de 40%, o percentual dos que afirmam não votar nela de jeito nenhum está em 33%, enquanto o dos candidatos oposicionistas diminuiu: o do tucano Aécio Neves passou de 25% para 20%, e o do ex-governador Eduardo Campos, do PSB, caiu de 21% para 20%.
Além da rejeição pessoal, Dilma sofre também com a avaliação do governo: o índice dos que o consideram ruim ou péssimo aumentou nessa última pesquisa para 33%, próximo, portanto, dos 35% que acham o governo ótimo ou bom - e também da medida a partir da qual um candidato não se reelege, segundo estudos do cientista político Alberto Carlos Almeida, que é a de 34% ou menos.
Outro empate amargo para a presidente Dilma: 47% dos pesquisados aprovam a maneira como ela vem administrando o país, contra 48% que desaprovam.
Talvez o mais importante ponto desta mais recente pesquisa do Ibope - que, no geral, repete os números das pesquisas anteriores do Datafolha e do Sensus - seja a demonstração de como os programas partidários foram importantes para a redução dos nulos e dos indecisos.
Uma crítica que se fez ao Ibope é que a pesquisa foi realizada no período de campanha petista, inclusive da exibição do já famoso comercial sobre os fantasmas do passado , que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tirou do ar.
Mas o resultado, no final das contas, mostrou mesmo foi a dificuldade que Dilma está encontrando para subir nas pesquisas, ao mesmo tempo em que os dois outros candidatos mais competitivos, Aécio Neves e Eduardo Campos, subiram bem mais que ela pelos critérios do Ibope. O que significaria que os comerciais do PSB e do PSDB exibidos semanas antes da pesquisa ainda sustentaram o crescimento oposicionista.
Dilma, inclusive, cresce apenas marginalmente nas pesquisas de um eventual segundo turno, enquanto seus adversários chegam a dobrar seu índice de apoio, como é o caso de Eduardo Campos. Nesses cenários, cresce o número de indecisos e nulos.
Seria a prova de que, à medida que Aécio e Campos se tornarem mais conhecidos do eleitorado, a taxa de rejeição deles vai se reduzir, e os que hoje rejeitam Dilma se decidirão por um deles.
A força da propaganda na televisão, porém, é mais um ponto a favor da presidente Dilma, que deve ter o triplo de tempo de propaganda do segundo colocado nas pesquisas, o senador Aécio Neves. Mas é também um problema, pois os partidos que fazem parte da base aliada tenderão a vender mais caro ainda cada minuto de televisão.
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