Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Peruca inteligente - RENATO CRUZ


O Estado de S.Paulo -

Essa história de computadores para vestir foi longe demais? A Sony pediu patente, nos Estados Unidos, de uma peruca inteligente. Os diagramas do documento mostram uma peruca que esconde pelo menos um sensor, uma unidade de controle e uma interface de comunicação. A peruca seria conectada, por tecnologia sem fio, ao smartphone, e avisaria o usuário, com vibrações, sobre a chegada de uma mensagem ou uma chamada telefônica.

O pedido de patente também prevê a possibilidade de a peruca ter localização via satélite (GPS, na sigla em inglês), capacidade de usar ultrassom para detectar objetos ao redor, câmera e apontador laser. Provavelmente o apontador não seria para isso, mas prefiro nem imaginar alguém fazendo uma apresentação em PowerPoint com uma luz que sai de sua cabeça.

Logo de cara, a ideia pode parecer ridícula. Não faria feio num livro sobre chindogu, as famosas invenções inúteis japonesas, como o chapéu com porta-papel higiênico para quem está resfriado, a gravata que também é guarda-chuva ou o sapato com escovas na sola para limpar o chão.

Não é nada disso. Ao que tudo indica, a ideia da Sony é oferecer essa peruca inteligente para pessoas idosas, com dificuldade de ouvir o celular tocando, de enxergar obstáculos ao seu redor e até de indicar as coisas com as mãos. Na verdade, essa história de computador de vestir está só começando. Os óculos inteligentes Google Glass vão estar disponíveis para venda no próximo ano. Até agora, a empresa liberou lotes iniciais para testes, a US$ 1,5 mil.

O Galaxy Gear, relógio inteligente da Samsung, foi lançado no Brasil e pode ser comprado por cerca de R$ 1 mil. Assim como o Glass (ou a futura peruca inteligente), funciona como acessório do celular, permitindo tirar fotos, interagir com aplicativos e até atender chamadas sem tirar o aparelho do bolso.

A Jawbone, que fabrica as caixas de som sem fio Jambox, vende uma pulseira inteligente chamada Up. Ela trabalha em conjunto com um aplicativo de smartphone e monitora os movimentos e o sono do usuário, para depois apresentar dicas para melhorar sua qualidade de vida.

A pulseira funciona com aplicativos de terceiros, o que permite fazê-la interagir com outras coisas conectadas à internet. Daria para programar, por exemplo, as luzes da casa se apagarem quando o usuário estiver deitado.

Hoje, aplicações como essa podem parecer muito trabalho para pouco resultado. Mas os computadores de vestir fazem parte da chamada internet das coisas, em que tudo estará conectado e a comunicação entre objetos vai automatizar várias atividades diárias, com redução de desperdício, melhora no uso do tempo e aumento do conforto e da segurança. É uma tendência que veio para ficar.

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