Nunca, na história da humanidade, uma virada de ano teve tantos registros em imagens e textos como esta de 2013 para 2014. Jamais as pessoas tiveram tanto poder nas mãos para fotografar, descrever e repassar instantaneamente para qualquer parte do mundo tudo o que lhes parece interessante. Os smartphones e as redes sociais consolidaram-se como instrumentos da comunicação instantânea, reduzindo distâncias, aproximando pessoas, possibilitando o compartilhamento de informações e até mesmo de intimidades.
As facilidades de acesso a essa nova forma de comunicação geraram também extravagâncias como a flagrada pela argentina Paula Sibilia, no seu livro O Show do Eu: a intimidade como espetáculo, no qual demonstra que o indivíduo atual legitimou uma cultura da observação do outro conjugada com a exposição de si próprio. É neste admirável e desconcertante mundo novo que se encontram os desafios da modernidade, a mudança de paradigmas culturais, a substituição de atividades profissionais, as transformações em diversas áreas do conhecimento e os contrastes cada vez mais acentuados entre as gerações de seres humanos.
O Brasil é personagem e protagonista deste processo, com mais da metade de sua população já inserida na era digital e mais de 90% das escolas públicas e privadas do país utilizando computadores e acessando a internet, de acordo com o Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da comunicação (Cetic). Falta-nos qualificar a educação para que os jovens possam tirar melhor proveito da tecnologia e utilizá-la para a construção de um país melhor.
O momento é mais do que apropriado para este avanço. Neste 2014, o Brasil promoverá a sua segunda Copa do Mundo e terá eleições presidenciais. As atenções do planeta estarão voltadas para os brasileiros. Receberemos delegações de todos os continentes e teremos a oportunidade de mostrar, na prática, se o nosso país está mesmo preparado para saltar da condição de emergente para a de desenvolvido. Vale o mesmo para o teste de democracia que promete ser o pleito de outubro, ocasião em que o país escolherá seus governantes para os próximos quatro anos.
Tanto o mundial de futebol quanto o estamento político foram fortemente questionados nas manifestações de junho, quando multidões saíram às ruas para protestar e pedir reformas. Tais movimentos, vale lembrar, tiveram origem exatamente nesta nova forma de comunicação proporcionada pelas redes sociais e pelos avanços tecnológicos. Ao descobrir novos caminhos para o exercício da cidadania, os brasileiros também assumem o desafio de contribuir para a solução dos problemas apontados nos protestos.
Neste contexto de transformações, Zero Hora chega ao seu cinquentenário (a ser completado em maio próximo) com o compromisso de manter a sintonia com os seus públicos e com a era digital, sem renunciar aos valores que a transformaram no jornal preferencial de milhões de gaúchos e brasileiros.
0 comments:
Postar um comentário