Jornalista Andrade Junior

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Metamorfoses petistas


Em vídeo de 2000, antes de chegar ao Planalto, Lula condena a distribuição de benefícios à população pelo governo FHC. Mais tarde, já presidente, aproveita ideia do tucano Marconi Perillo de unificar o pagamento das bolsas por meio de cartão e... Tchan, tchan, tchan, tchan! Estava criada a bolsa família, que tirou dos coronéis os votos dos “descamisados” e transformou o PT numa máquina de ganhar eleições.


Ou seja, o que Lula classificava de esmola se transformou, ironicamente por sugestão de um tucano (vídeo de 2003 prova isso), no mais bem-sucedido programa de transferência de renda do país.  ...

Outro golpe de mestre foi a manutenção dos pilares da economia instituídos pelo Plano Real. Desde então, a oposição ficou a comer poeira. É bem verdade que a hegemonia petista chegou a ser abalada pelo mensalão e pelo escândalo do dossiê fajuto dos aloprados. Mesmo assim, Lula se reelegeu e conseguiu até o que parecia impossível: elegeu, também, Dilma. 

Agora, o Brasil vive outro cenário. Dilma se revelou o oposto da supergerente que Lula vendeu na campanha. Se a presidente tem marca, como bem observou Marina, é a do retrocesso na economia. Pôs em risco a Lei de Responsabiliade Fiscal. Os juros voltaram aos dois dígitos. A inflação anda a assombrar o bolso dos brasileiros. O crescimento econômico deu marcha a ré. E a maquiagem das contas públicas, que tiveram rombo recorde de R$ 9 bilhões em setembro, deixaram o Brasil sob suspeita internacional e até ameaça de rebaixamento. 

Não bastassem as turbulências na economia, a presidente luta para desempacar as obras do PAC, paradas país afora. E acaba de transformar o PT no Partido das Privatizações. Senão, vejamos: Dilma já vendeu o pré-sal. Já vendeu aeroportos. E agora está vendendo rodovias. Ou seja, o PT roubou dos tucanos o rótulo mais usado pelos petistas para demonizar os inimigos políticos em época de eleição. Não foi à toa que Maluf, hoje aliado de Lula desde criancinha, disse que, perto do PT, se acha um político de esquerda. E, certamente, até mais honesto.
Fonte: Plácido Fernandes Vieira-Correio Braziliense

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