'Agora as coisas não estão debaixo do tapete'
Ao negar que hoje exista mais corrupção no governo, Gilberto Carvalho alfineta o ex-presidente FH, que reage
Em resposta às críticas e cobranças da oposição sobre os escândalos
envolvendo integrantes do governo, intensificadas após a realização da
Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, o ministro da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, refutou
ontem a ideia de que hoje há mais corrupção na administração pública.
Disse que a diferença é que, agora, o Ministério Público e a Polícia
Federal têm autonomia e que não se escondem mais os casos de corrupção. A
declaração motivou reação dura do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso: ...
- O que acontece mais agora é que as coisas não estão debaixo do tapete. A Polícia Federal e os órgãos de vigilância e fiscalização estão autorizados e com toda a liberdade garantida pelo governo - disse o ministro antes de participar do seminário internacional "Desafios da construção da democracia no Mercosul", promovido por sua pasta: - Agora há autonomia, inclusive quando cortam na nossa própria carne. E isso é saudável. É um resultado desse avanço da democracia.
FH: é preciso respeitar o passado
O ministro ainda fez referência ao então procurador-geral da República no governo FH, Geraldo Brindeiro, que ficou com a fama de "engavetador-geral da República":
- Com o presidente Lula, nós começamos a ter um procurador com toda a liberdade. A Polícia Federal, que é hoje cantada em prosa e verso pela sua independência, só passou a ser independente sob o governo do presidente Lula e, agora, da presidenta Dilma, cortando na carne quando necessário. A Corregedoria Geral da União (CGU) nunca teve liberdade para agir como tem agora.
Carvalho não quis falar sobre novas revelações do inquérito da Operação Porto Seguro.
Ao comentar as declarações de Carvalho, Fernando Henrique, que participou de um evento com prefeitos eleitos do PSDB, foi enfático:
- Eu tenho 81 anos, mas tenho memória. Esse senhor precisa respeitar o passado, até o dele. Estou cansado de ouvir leviandade de quem está no governo e aproveita posição no governo para jogar pedra no passado. Herança maldita é a que está aí. Repito para a presidente Dilma, ela não gostou que eu disse isso, mas é verdade: esta é uma herança maldita. Mas leva mais tempo para corrigir os malfeitos que deixou do que para olhar para frente - disse o ex-presidente.
Fernando Henrique reagiu à declaração de Carvalho, para quem a Polícia Federal teria hoje liberdade e autonomia inclusive para "cortar na própria carne", referindo-se ao indiciamento de integrantes do governo federal. FH citou a atuação da PF em sua gestão:
- Uma pessoa que tem posição de governo deve pensar duas vezes antes de dizer o que não sabe. A Polícia Federal ganhou força e era independente, sim. Tanto era independente que houve senador da República algemado. Eu achei exagero, mas houve. Houve governador de estado irritado porque seus gabinetes foram invadidos porque havia dinheiro e não se sabia de onde vinha - emendou Fernando Henrique.
- O que acontece mais agora é que as coisas não estão debaixo do tapete. A Polícia Federal e os órgãos de vigilância e fiscalização estão autorizados e com toda a liberdade garantida pelo governo - disse o ministro antes de participar do seminário internacional "Desafios da construção da democracia no Mercosul", promovido por sua pasta: - Agora há autonomia, inclusive quando cortam na nossa própria carne. E isso é saudável. É um resultado desse avanço da democracia.
FH: é preciso respeitar o passado
O ministro ainda fez referência ao então procurador-geral da República no governo FH, Geraldo Brindeiro, que ficou com a fama de "engavetador-geral da República":
- Com o presidente Lula, nós começamos a ter um procurador com toda a liberdade. A Polícia Federal, que é hoje cantada em prosa e verso pela sua independência, só passou a ser independente sob o governo do presidente Lula e, agora, da presidenta Dilma, cortando na carne quando necessário. A Corregedoria Geral da União (CGU) nunca teve liberdade para agir como tem agora.
Carvalho não quis falar sobre novas revelações do inquérito da Operação Porto Seguro.
Ao comentar as declarações de Carvalho, Fernando Henrique, que participou de um evento com prefeitos eleitos do PSDB, foi enfático:
- Eu tenho 81 anos, mas tenho memória. Esse senhor precisa respeitar o passado, até o dele. Estou cansado de ouvir leviandade de quem está no governo e aproveita posição no governo para jogar pedra no passado. Herança maldita é a que está aí. Repito para a presidente Dilma, ela não gostou que eu disse isso, mas é verdade: esta é uma herança maldita. Mas leva mais tempo para corrigir os malfeitos que deixou do que para olhar para frente - disse o ex-presidente.
Fernando Henrique reagiu à declaração de Carvalho, para quem a Polícia Federal teria hoje liberdade e autonomia inclusive para "cortar na própria carne", referindo-se ao indiciamento de integrantes do governo federal. FH citou a atuação da PF em sua gestão:
- Uma pessoa que tem posição de governo deve pensar duas vezes antes de dizer o que não sabe. A Polícia Federal ganhou força e era independente, sim. Tanto era independente que houve senador da República algemado. Eu achei exagero, mas houve. Houve governador de estado irritado porque seus gabinetes foram invadidos porque havia dinheiro e não se sabia de onde vinha - emendou Fernando Henrique.
Por Paulo Celso Pereira
Fonte: O Globo -
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