Brasil, 4 de dezembro de 1963.
Subindo
na tribuna para discursar sobre as ameaças que recebera do senador
alagoano Silvestre Péricles, o senador Arnon de Melo (pai do futuro
presidente Fernando Collor de Melo) não leva mais do que alguns segundos
para interromper sua fala e ir às vias de fato com seu opositor,
disparando contra ele dois tiros, que acabariam ambos acertando outro
senador, José Kairala, do Acre, que tentava apartar a briga.
A morte ocorrida em plenário e gravada em um áudio que você pode acessar clicando aqui
não deixa margem para dúvida sobre a existência de um crime. O
resultado de tudo isso? Arnon foi preso, permanecendo em uma cela, ainda
de posse de sua arma, até decisão do juiz que o considerou… exatamente!
Inocente.
Se tudo
isso parece surreal, convém lembrar o editorial do jornal O Globo (de
cujo dono Arnon era sócio em Alagoas), sobre o ocorrido:
“A
democracia, apesar de ser o melhor dos regimes políticos, dá margem,
quando o eleitorado se deixa enganar ou não é bastante esclarecido, a
que o povo de um só estado – como é o caso – coloque na mesma casa
legislativa um primário violento, como o senhor Silvestre Péricles, e um
intelectual, como o senhor Arnon de Mello, reunindo-os no mesmo triste
episódio, embora sejam eles tão diferentes pelo temperamento, pela
cultura e pela educação”
Passados 54 anos desde o episódio em questão, os crimes cometidos por políticos – inclusive nobres senadores – continuam a estampar manchetes de jornais, ainda que não falemos de assassinatos.
Em meio
à Lava Jato, que pode ser considerada a mais bem-sucedida operação de
combate aos crimes políticos no país e cujas investigações já alcançam
nada menos do que 15 países, o resultado da atuação do judiciário,
diante da quantidade de provas e materiais reunidos sobre o ocorrido,
ainda parece inconsistente.
Em
primeira instância, a operação condenou até aqui 113 pessoas a pouco
mais de 1.700 anos de prisão somados, tendo ainda conseguido a confissão
de executivos de 16 empresas brasileiras, que geraram multas totais de
R$ 15 bilhões no Brasil e outros R$ 14 bilhões no exterior (com destaque
para a Petrobras que concordou em pagar R$ 9,5 bilhões à justiça
americana por prejuízos causados aos acionistas minoritários).
Na
segunda instância, onde foi julgado o ex-presidente Lula na última
semana, foram 71 condenações, com seis condenados em primeira instância
sendo absolvidos e seis outros absolvidos em primeira instância sendo
condenados na instância seguinte.
Mesmo com tantos resultados, ainda resta a dúvida: quando os políticos envolvidos serão de fato julgados?
Para
responder a esta pergunta é preciso falar sobre algo tipicamente
brasileiro: o foro privilegiado. Por aqui, autoridades dos mais variados
níveis são consideradas aptas a serem julgadas apenas pelo Supremo
Tribunal Federal, somando 45,3 mil detentores de tal privilégio. Este
número é bastante superior ao dos demais países analisados pela Ajufe, a
associação de juízes responsável pela estimativa. Nos Estados Unidos,
por exemplo, nem mesmo o presidente Donald Trump desfruta do benefício.
O
resultado até aqui tem sido desanimador. Dos 500 políticos julgados pelo
STF desde 1988, apenas 16 foram de fato condenados, sendo o primeiro
apenas em 2010. Cerca de dois em cada três processos contra políticos
têm o mesmo destino: prescrição pela demora em serem julgados.
Apresentada
pela Procuradoria-Geral da República, a chamada “Lista da Odebrecht” é
um bom exemplo: dos mais de 190 nomes citados, apenas cinco chegaram à
condição de réus no STF e, ao longo de 2017, boa parte das acusações
foram retirados das denúncias, incluindo nomes como o governador do Rio
de Janeiro Luiz Fernando Pezão.
Se tudo
isso parece revoltante, há algo que você pode fazer que é muito mais
eficiente do que replicar hashtags como “E o Cunha?” ou “E o Aécio?”
para se referir à impunidade generalizada no país: analisar a situação
de cada candidato antes de garantir que eles recebam ou mantenham o foro
privilegiado em 2019.
Por isso
mesmo, reunimos aqui os 31 políticos em que você não deve votar em
2018, caso queira vê-los sendo julgados pela Lava Jato.
1. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) – Deputado
Com uma
passagem relâmpago pela liderança do governo na câmara, o deputado
federal Aguinaldo Ribeiro integra a lista de deputados do Partido
Progressista acusados pelo ex-Procurador-Geral da República de terem se beneficiado de recursos oriundos da diretoria de abastecimento da Petrobras.
Denunciado
por meio da delação de Paulo Roberto da Costa, Ribeiro é acusado pela
PGR de corrupção e lavagem de dinheiro. Em 2015, já acusado pela
investigação, chegou a ocupar a vice-presidência da Comissão de
Constituição e Justiça.
2. José Otávio Germano (PP-RS) – Deputado
Delatado
pelo doleiro Alberto Youseff e pelo ex-diretor de abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto da Costa, o deputado gaúcho José Otávio Germano
seria integrante do esquema de desvio de recursos da Petrobras para o
seu partido, motivo pelo qual o STF acolheu denúncia contra o deputado
em Setembro de 2017. Em dezembro do mesmo ano, o deputado teve bens no
valor de R$ 11,8 milhões bloqueados pela justiça por suspeita de
enriquecimento ilícito. Entre outras razões, por ter recebido valores
não declarados de empreiteiras, como uma doação de R$ 200 mil realizada
pela construtora Queiroz Galvão
Ainda em
2017, Germano foi integrante do grupo de oito parlamentares
que, segundo análise do Sindifazenda, mais faltaram a sessões na Câmara
dos Deputados, tendo deixado de comparecer em mais da metade dos 119
dias úteis do Congresso no ano.
3. José Mentor (PT-SP) – Deputado
Denunciado
pelo Procurador-Geral da República em maio de 2017, o deputado paulista
José Mentor estaria ligado a um esquema para favorecer a contratação da
empresa IT7 de softwares pela Caixa Econômica Federal, em um contrato
estimado em R$ 71 milhões.
Segundo a
procuradoria, Mentor teria realizado a ação de favorecimento da empresa
junto do ex-deputado federal André Vargas, atualmente preso e
ex-companheiro de partido de Mentor. Com base em mensagens trocadas
entre ambos, a PGR acredita que Mentor teria recebido favorecimentos no
valor de R$ 380 mil.
Por
ocasião da denúncia, o ex-deputado André Vargas teria pedido que seu
processo deixasse as mãos do Juiz Sergio Moro e fosse para o STF, tendo
em vista se tratar do mesmo caso.
4. Luiz Fernando Faria (PP-MG) – Deputado
Junto de
seu colega de partido José Otávio Germano, Faria é acusado pela PGR de
ter pago propina de R$ 200 mil ao ex-diretor de abastecimento da
Petrobras, Paulo Roberto da Costa, em um hotel de luxo no Rio de
Janeiro.
Ainda
que inicialmente Paulo Roberto não tivesse entendido a razão do
recebimento da propina, mais tarde verificou-se que tal situação ocorreu
pois a diretoria da Petrobras havia incluído em uma licitação na estatal a empresa Fildens, alegadamente ligada a ambos os parlamentares.
Em 2017,
Faria presidiu de forma interina durante 54 minutos a Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara, dada a vacância do então presidente da
CCJ durante a sessão. Em dezembro do mesmo ano, o deputado integrou o
grupo de pessoas mencionadas em reportagem do jornal Bom Dia Brasil,
acusadas de utilizarem dinheiro público para garantir passaportes
diplomáticos a familiares.
5. Nelson Meurer (PP-PR) – Deputado
Com R$
78,8 milhões em bens bloqueados, o processo contra o deputado paranaense
Nelson Meurer é um dos mais avançados no STF. Ao todo, Nelson soma três
acusações no âmbito da Lava Jato, incluindo uma feita já sob o novo
comando da Procuradoria-Geral da República, de Raquel Dodge.
Segundo a
PGR, Meurer teria cometido crimes em 605 ocasiões distintas, sendo 269
acusações de corrupção passiva e 336 por lavagem de dinheiro.
A PGR
pede, além da perda de mandato, o pagamento de multas no valores de R$
715 milhões, referentes ao valor que o deputado é acusado de ter
recebido do esquema de desvio de recursos da Petrobras. Em valores da
época, R$ 357 milhões (entre 2006 e 2014).
6. Sandes Júnior (PP-GO) – Deputado
Eleito
como suplente de deputado, o goiano Sandes Júnior é um exemplo do vai e
vem dado pelo foro privilegiado. Integrante do grupo acusado dentro do
Partido Progressista, Júnior assumiu a vaga como deputado após o também
membro do PP, Alexande Baldy, assumir o cargo de ministro das Cidades.
Em função do novo cargo, o agora deputado alega em pedido feito ao
ministro do STF, Edson Fachin, que seu nome deve ser julgado junto ao
STF, e não em primeira instância com o Juiz Sérgio Moro.
7. Vander Loubet (PT-MS) – Deputado
Primeiro
deputado a se tornar réu pela acusação de integrante de organização
criminosa no âmbito da Lava Jato, o deputado sul-mato-grossense Vander
Loubet é acusado de receber R$ 1,028 milhão do esquema instalado para
desviar recursos da BR Distribuidora.
Segundo o
então procurador Rodrigo Janot, Loubet era o responsável por um dos
dois grupos que atuavam na BR Distribuidora para garantir o desvio de
recursos, liderando um deles, mas distinto do grupo ligado ao PTB do
senador Fernando Collor de Mello. Contra ele, pesam ainda acusações de
lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
8. Waldir Maranhão (ex-PP e atual PTdoB – MA) – Deputado
Ligado
ao ex-presidente da câmara Eduardo Cunha, o deputado Waldir Maranhão
chegou a ocupar interinamente a presidência da câmara após o afastamento
do mesmo. Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, Waldir
fazia parte do grupo de oito congressistas do PP acusados de desviar
recursos da Petrobras por meio do pagamento de propinas da empreiteira
Queiroz Galvão.
9. André Moura (PSC-SE) – Deputado
Tendo
sido líder do governo no Congresso, o deputado André Moura é um
costumeiro frequentador do STF, onde responde a três processos e já foi
condenado pelo desvio de R$ 1,4 milhão da loteria “Time Mania”.
Dada sua
visibilidade como líder do governo e aparições notórias – como em
outubro de 2017 quando afirma que “bandido bom é bandido morto” -, o
deputado e réu pode concorrer ao cargo de governador pelo seu estado,
Sergipe.
10. Rodrigo Maia (DEM-RJ) – Deputado
Atual
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (o “Botafogo” na
planilha da Odebrecht, em referência ao seu time do coração) é acusado
de ter recebido valores não declarados pela empreiteira nas eleições de
2008, 2010 e 2012. Contra ele, pesam ainda denúncias de recebimento de
R$ 100 mil pelo apoio dado a uma Medida Provisória que beneficiaria a
petroquímica Braskem, controlada pelo grupo Odebrecht.
Em outra
acusação, o deputado é citado como tendo recebido R$ 1 milhão da
empreiteira OAS. Neste caso, a PGR conta com provas como mensagens de
celular supostamente trocadas por Maia e o presidente da empreiteira,
Léo Pinheiro. Por este valor, o deputado teria defendido os interesses
da empreiteira no Congresso, como quando a medida provisória que
regulamentava a aviação regional no país foi à votação.
11. Gilberto Kassab (PSD-SP) – Ministro
Atualmente
ocupando um cargo de ministro no governo Temer, Gilberto Kassab tem
contra si acusações de recebimento de valores da ordem de R$ 20 milhões,
por favorecimento da empreiteira Odebrecht durante sua gestão como
prefeito de São Paulo.
Além das
acusações por parte da Lava Jato, Kassab é acusado de receber R$ 5,5
milhões da JBS, segundo o delator do caso e ex-diretor da empresa,
Ricardo Saud.
12. Marcos Pereira (PRB-SP) – Ex-ministro e candidato a deputado
Ex-ministro
do governo Temer, Marcos Pereira é acusado de recebimento de propina
das empresas Odebrecht e JBS. No segundo caso, Pereira teria recebido R$
7 milhões para apoiar o governo Dilma por ocasião do impeachment.
Pereira
assumiu o cargo no ministério de Michel Temer em maio de 2016 e
renunciou em janeiro de 2018 para ocupar-se da presidência de seu
partido, o PRB, e para disputar uma vaga na câmara dos deputados em
2018.
13. Eliseu Padilha (PMDB-RS) – Ministro
Ministro-chefe
da Casa Civil no governo Temer (cargo já ocupado por nomes célebres na
Lava Jato como José Dirceu, Antonio Palocci e Dilma Rousseff), Eliseu
Padilha é citado como destinatário de aproximadamente R$ 10 milhões em
propina da empreiteira Odebrecht, entre os anos de 1997 e 2014.
Contra o
ministro e braço direito do presidente pesam ainda acusações como o
recebimento de R$ 1,49 milhão – ou 1% do contrato – da Odebrecht junto à
estatal federal de trens urbanos em Porto Alegre, a Trensurb.
Fora da
Lava Jato, as acusações contra Padilha vão de fisiologismo (negociar o
comando do Ministério da Saúde em troca de votos no Congresso) a crimes
ambientais e grilagem.
14. Aloysio Nunes (PSDB-SP) – Ministro
Ministro
das Relações Exteriores e senador mais votado da história de São Paulo,
Aloysio Nunes acumula processos no STF, tendo sido acusado, entre
outras coisas, de falsidade ideológica e recebimento de propina por
parte das empresas UTC e Odebrecht, que contribuíram com valores entre
R$ 300 mil e R$ 500 mil para sua campanha ao senado.
15. Aécio Neves (PSDB-MG) – Senador
Ex-candidato
à presidência, o tucano Aécio Neves é um dos recordistas de processos
no âmbito da Lava Jato. Contra ele pesam nada menos que seis processos.
Entre eles, um processo arquivado na última semana, e outro já
prescrito.
Em 2017,
por consequência das gravações da JBS, em que teria sido gravado
pedindo o pagamento de R$ 2 milhões à empresa, o senador teve seu
mandato posto em votação no Senado, mas acabou escapando da cassação.
O
senador é ainda acusado de ter pedido e levado R$ 5,7 milhões em
propina, referentes à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte,
por parte da empreiteira Odebrecht.
Em 2018,
Aécio tentará a reeleição ao Senado por Minas Gerais,
possivelmente disputando a vaga com a ex-presidente Dilma Rousseff e
Ronaldinho Gaúcho.
16. Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) – Senador
Vice-presidente
do Senado, o paraibano Cássio Cunha Lima chegou a ser investigado pela
Lava Jato, mas, em agosto de 2017, teve seu caso transferido para um
inquérito distinto, consequência das investigações, mas julgado por um
relator diferente no mesmo STF.
Cássio
teria recebido valores em caixa 2 da empresa JBS, descobertos por meio
dos desdobramentos da Operação Patmos, que revelou os áudios gravados
pelo empresário Joesley Batista.
17. Ciro Nogueira (PP-PI) – Senador
Presidente
do Partido Progressista, o senador Ciro Nogueira integra o grupo dos
parlamentares envolvidos tanto no esquema investigado pela Operação Lava
Jato quanto aqueles decorrentes das delações da JBS.
No
primeiro caso, Nogueira é acusado de receber R$ 1,6 milhão em propinas.
Já no segundo, a acusação feita por Joesley Batista é de que Nogueira
teria pedido propina em nome do partido para as eleições de 2016.
A defesa
do senador alega que, como presidente, era responsabilidade do mesmo
buscar financiamento junto a empresas, mas nega as irregularidades
citadas.
18. Dalírio Beber (PSDB-SC) – Senador
Candidato
a prefeito de Blumenau em 2012, o catarinense Dalírio Beber integra a
lista de delatados pelo diretor da empresa Foz do Brasil, braço do grupo
Odebrecht para a área de saneamento.
Segundo o
delator, Paulo Roberto Welzel, a empresa teria mapeado candidatos com
reais chances de ganharem as eleições em municípios onde detinha
concessões.
Em 2015, Dalírio assumiu a vaga no Senado após o falecimento do senador Luiz Henrique da Silveira, de quem era suplente.
19. Edison Lobão (PMDB-MA) – Senador
Ex-ministro
de Minas e Energia durante o governo Dilma, o senador Edison Lobão, que
presidiu a Comissão de Constituição e Justiça em parte de 2017, é
acusado em dois processos na Lava Jato, incluindo acusações de
recebimento de propina das usinas de Belo Monte e Angra 3.
Em ambos
os casos, as denúncias se referem ao período no qual Lobão era o
responsável pelo ministério, ao qual tanto Eletrobras quanto Petrobras
estão subordinadas.
20. Eduardo Braga (PMDB-AM) – Senador
Denunciado
por nove delatores, o senador e ex-governador do Amazonas Eduardo Braga
é acusado em operações ligadas à Lava Jato por crimes como um suposto
recebimento de R$ 1 milhão por parte da Odebrecht enquanto ainda
governava o estado do Amazonas.
Eduardo Braga é acusado ainda pelas delações da Odebrecht de ter recebido R$ 6 milhões para apoiar o governo Dilma.
21. Eunício de Oliveira (PMDB-CE) – Senador
Atual
presidente do Senado e um dos membros mais ricos da casa (seu patrimônio
declarado triplicou entre 2010 e 2014), com inúmeras empresas ligadas à
área de segurança e detentoras de contratos com o Governo Federal, o
senador Eunício de Oliveira é acusado na Lava Jato de ter recebido R$
2,1 milhões em 2013 para aprovar a Medida Provisória que garantia
benefícios tributários ao setor de etanol, área na qual a Odebrecht
possui uma das maiores empresas do país.
Em 2014, Eunício teria recebido ainda R$ 5 milhões da empresa Hypermarcas, para sua disputa ao governo do estado do Ceará.
22. Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) – Senador
Denunciado
em agosto de 2017 com base na delação de Sérgio Machado, ex-presidente
da Transpetro, o ex-ministro da Previdência durante o governo
Dilma Garibaldi Alves Filho teria recebido propina oriunda de contratos
com a subsidiária da estatal e a empresa NM Engenharia. Os valores,
segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, teriam sido
repassados aos diretores do PMDB, entre eles, o do Rio Grande do Norte,
estado onde Garibaldi elegeu-se senador.
23. Gleisi Hoffmann (PT-PR) – Senadora
Inquérito
mais avançado no Supremo, as denúncias contra a senadora e atual
presidente do PT Gleisi Hoffman variam de acusações de recebimento de
vantagens por parte de empreiteiras com contratos na Petrobras a
acusações que ligam Gleisi ao esquema desvendado pela operação que levou
seu marido e ex-ministro do planejamento no governo Lula, Paulo
Bernardo, para a prisão.
A Procuradoria-Geral da República pede, além da perda de mandato, o pagamento de R$ 4 milhões em indenizações.
24. Humberto Costa (PT-PE) – Senador
Ex-ministro
da Saúde, o deputado pernambucano entrou para a lista da Odebrecht como
o “Drácula”. Segundo a empreiteira, os valores referiam-se ao
favorecimento para a construção de uma planta industrial em Pernambuco e
teriam sido realizados por meio da utilização de dois laranjas, amigos
de infância de Humberto Costa.
Em outro
caso, desta vez ligado a desvios no setor de saúde do Rio de Janeiro, o
hoje líder do PT no Senado é citado como tendo recebido propinas junto
ao ex-secretário de saúde do estado, Sérgio Cortês.
25. Ivo Cassol (PP-RO) – Senador
O
senador do PP de Rondônia, condenado pelo STF por fraude em licitações
em 2013 e cuja pena foi convertida em “prestação de serviços
comunitários”, hoje é alvo de um pedido de prisão por parte da
Procuradoria-Geral da República.
Cassol é
ainda alvo de investigações na Lava Jato, onde teria recebido R$ 2
milhões das empreiteiras ligadas à construção da Usina de Santo Antonio.
26. Jader Barbalho (PMDB-PA) – Senador
Investigado
atualmente pelo Supremo Tribunal Federal, o senador Jader Barbalho é
acusado juntamente com o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão de
ter se beneficiado do pagamento de propinas na construção de usinas
hidrelétricas em seu estado natal, o Pará. Entre elas, Belo Monte e
Santo Antônio.
Ao todo,
as propinas chegariam a R$ 5 milhões, incluindo as pagas ao senador
Edison Lobão. Todas sob responsabilidade da empreiteira Andrade
Gutierrez
27. José Agripino Maia (DEM-RN) – Senador
Presidente
nacional do Democratas, o senador potiguar tornou-se réu na Lava Jato
em dezembro de 2017, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na
denúncia, o senador tem contra si acusações de favorecimento a
empreiteiras na construção do estádio de Natal, que sediou jogos da Copa
do Mundo, além de favorecimento em empréstimos do BNDES.
28. Lídice da Mata (PSB-BA) – Senadora
Acusada
pela empreiteira Odebrecht de ter recebido propinas no valor de R$ 200
mil, a senadora baiana teve seu processo retirado da Lava Jato em agosto
de 2017. As investigações, contudo, continuam, mas fora da alçada da
operação.
29. Lindbergh Farias (PT-RJ) – Senador
Acusado
de receber propinas no valor de R$ 4,5 milhões da empreiteira Odebrecht,
o senador fluminense é alvo de inquérito no Supremo desde setembro de
2017. Entre as acusações, constam ainda pagamentos no valor de R$ 2
milhões por parte da empreiteira Andrade Gutierrez.
O crime, segundo a Procuradoria, é o de corrupção passiva. O processo, entretanto, corre em segredo de justiça.
30. Renan Calheiros (PMDB-AL) – Senador
Réu em
17 processos no STF, o senador Renan Calheiros, ex-presidente da casa, é
líder absoluto em número de indiciações. A despeito do volumoso número
de acusações, não pesam no STF condenações contra o senador. Em outubro
de 2017, por exemplo, Renan foi retirado do processado da Lava Jato e
sua denúncia não foi aceita.
Contra
Renan pesam acusações julgadas no STF desde pelo menos 2007, como a
acusação de que o senador receberia propina da construtora Mendes
Júnior, para custear despesas da jornalista Mônica Veloso.
Acusações de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva também integram a lista.
Para
2018, o senador tentará sua reeleição pelo seu estado natal de Alagoas,
por onde também foi eleito o senador Fernando Collor, acusado de
comandar o loteamento de cargos e propinas na BR Distribuidora, mas cujo
mandato termina apenas em 2022.
31. Romero Jucá (PMDB-RR) – Senador
Protagonista
dos célebres áudios sobre o acordão para livrar “todo mundo” da Lava
Jato, o senador Romero Jucá disputará em 2018 sua próxima eleição, como
tem feito pelo menos nas últimas duas décadas: com denúncias pesando
sobre seu nome.
Membro do Conselho de Ética do Senado, Jucá é alvo de oito inquéritos no STF.
Entre as
acusações, os valores variam desde uma propina específica no valor de
R$ 150 mil a denúncias maiores, como as de Sérgio Machado, ex-presidente
da Transpetro, com quem Jucá falava sobre o acordo nacional e que o
acusa de ter recebido R$ 21 milhões. Outro pagamento, desta vez no valor
de R$ 6 milhões, teria sido feito pela Odebrecht para garantir a
aprovação de leis no Congresso.
Jucá já foi líder de governo de todos os últimos quatro presidentes, incluindo o atual.
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