Uma
batalha ideológica de longo alcance ainda deve se dar para que se acabe
com essa bonificação de legitimidade que o comunismo continua tendo
ante a opinião pública nos países livres.
Raúl Castro, presidente de Cuba pela graça de seu irmão e por essa irresistível propensão que os comunistas têm de criar dinastias de tiranos, encerrou na quarta-feira passada (29.01) em Havana a II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
Esta
CELAC, cuja primeira cúpula teve lugar em Caracas em dezembro de 2011,
agrupa todos os estados da América, exceto Estados Unidos e Canadá. E
embora esteja fundada sobre as boas intenções habituais (impulsionar o
desenvolvimento e a cooperação dos países americanos), esta CELAC atua
de fato como um grupo de pressão contra os Estados Unidos. Isto pode-se
comprovar com a Declaração de Havana que acabam de aprovar, na qual o
mais substancial é o rechaço do embargo dos Estados Unidos sobre Cuba ou
o protesto pelo fato de que Cuba figure na lista negra que Washington
tem dos países que apóiam o terrorismo. Enquanto isso, nessa declaração
não há nem uma linha que denuncie a ditadura castrista nem um mínimo
gesto para os cubanos que arriscam a vida, a liberdade e a subsistência
por defender uma mudança democrática na ilha.
Porém,
o verdadeiramente assombroso desta cúpula é a naturalidade com a qual
quase todos os dirigentes dos países participantes renderam seu tributo
de admiração à dinastia de ditadores que subjuga Cuba desde há 55 anos.
Inclusive com visitas ao sinistro patriarca que implantou o regime
comunista que arruinou a República, arrebatou a liberdade dos cubanos e
condenou-os à pobreza, quando não à miséria.
Em
uma época como a nossa, na qual todos os dirigentes políticos do mundo
querem fazer figura de seu caráter democrático e na qual, ao menos da
boca para fora, todo mundo abjura das ditaduras, essa complacência,
quando não admiração à ditadura castrista, resulta verdadeiramente
escandalosa.
E
só se explica pela benevolência com a qual no mundo livre e democrático
continua-se contemplando o comunismo. Apesar de que está
arqui-demonstrado que o comunismo é o sistema político mais nefasto que a
Humanidade inventou, apesar de que já conhecemos com detalhes muitos
dos horrores que o comunismo produziu, desde Lenin e Stalin na Rússia,
até Pol Pot no Camboja ou a Revolução Cultural na China, apesar de que
já não se podem esconder as sinistras e excêntricas barbaridades dos
Ceausescu na Romênia e dos Kim na Coréia do Norte, ainda há dirigentes
democráticos que dedicam seus sorrisos e seus afetos a um comunista como
Fidel Castro.
Alguém
pode imaginar um chefe de Estado ou de Governo de um país livre indo
prestar visita e homenagem a algum dos ditadores não-comunistas que teve
a América, como Pinochet ou como Stroessner? Nenhum se atreveria porque
a imprensa livre de seus países democráticos os crucificaria. E com
razão. Entretanto, visitar um tipo como Fidel e sorrir a seu lado não
apenas sai grátis aos dirigentes que vão fazer-lhe o rapapé, senão que,
provavelmente, vão vê-lo, precisamente, porque acreditam que uma foto
com esse velho com moletom lhes dá dividendos eleitorais em seus países
de origem. E o triste é que talvez seja assim.
Uma
batalha ideológica de longo alcance ainda deve se dar para que se acabe
com essa bonificação de legitimidade que o comunismo continua tendo
ante a opinião pública nos países livres. Uma bonificação de
legitimidade que leva a homenagear e honrar ditadores como Fidel, ou a
olhar com uma injusta benevolência os desmandos dos muitos regimes
comunistas que têm oprimido seus semelhantes.
Ou
que nos leva, como ocorre na Espanha, a criticar qualquer acordo
positivo da ditadura franquista e a não dizer nada dos crimes dos
comunistas espanhóis no passado de nossa Pátria. Um passado,
precisamente, sobre o qual eles mais do que ninguém insistem uma e outra
vez em retornar.
À
vista deste tipo de comportamentos nos países livres, não resta nenhuma
dúvida de que a luta pela liberdade ainda tem muito caminho que
percorrer.
Esperanza Aguirre é presidente do PP em Madri.
Tradução: Graça Salgueiro
1 comments:
O Brasil CAMINHA A PASSOS LARGOS PARA ESSA IDEOLOGIA ESDRÚXULA..
Ainda há tempo de repeli-la. O Egito deu o exemplo . É só segui-lo
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