REINALDO AZEVEDO
José
Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, tem uma nova
condenação, agora numa ação de improbidade administrativa. Em 2008, ele
promoveu em Brasília um jogo amistoso entre as seleções do Brasil e de
Portugal e contratou, sem licitação, uma empresa de marketing para
cuidar do evento. Ainda cabe recurso. Condenação por improbidade, se
confirmada, depois do trânsito em julgado, rende suspensão de direitos
políticos, entre outras punições. Muito bem! Este poderia ser apenas
mais um rolo de Arruda com a Justiça, o que não renderia não mais do que
umas dez palavras. Mas o ponto é outro.
O governo
do petista Agnelo Queiroz é tão ruim, mas tão ruim, que, acreditem,
Arruda volta a ser considerado um forte candidato a sucedê-lo. Sim,
senhores! É aquele mesmo que apareceu em vídeo recebendo pacotes de
dinheiro do tal Durval Barbosa. Passou da condição de um dos políticos
mais festejados do país para a de um pária, com quem ninguém queria
conversa.
Pois bem!
Ele já se filiou ao PR, o tal Partido da República — aquele de que o
mensaleiro Waldemar Costa Neto é um dos chefões — e pode voltar a
disputar, com chances, acreditem, o governo do Distrito Federal. E sabem
quem é o seu maior cabo eleitoral? Justamente Agnelo, o atual
governador.
Desde a
queda de Arruda, incluindo as peripécias do próprio, o governo do DF não
sai das páginas policiais e não para de gerar notícias assombrosas. A
última é uma licitação feita pela turma de Agnelo para comprar —
atenção, leitores! — 26.841 garrafas térmicas, ao preço de R$ 972,8 mil.
Nem chega a ser o maior dos exotismos: em abril de 2013, entre os
gastos com segurança para a Copa de 2014, o GDF reservou R$ 5,35 milhões
para a compra de capas de chuva que seriam usadas por policiais
militares. A Copa será disputada entre 12 de junho e 13 de julho. Nesse
período, não cai uma gota de chuva em Brasília, e o ar é irrespirável
também por isso.
É
espantoso o que se passa no Distrito Federal. Agnelo ainda diz que vai
tentar a reeleição. Se isso acontecer, será o maior cabo eleitoral de
Arruda, que não tem condenação nenhuma em segunda instância e pode, sim,
ser eleito. Não custa lembrar que, quando caiu em desgraça, fazia um
governo aprovado pela esmagadora maioria da população do DF, ao
contrário de Agnelo, que conta hoje com uma aprovação de apenas 9%,
segundo o Ibope. Parece que o fundo do poço para a política do Distrito
Federal é um alçapão.
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