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No segundo trimestre, o PIB dos Estados Unidos cresceu em ritmo equivalente a 4,2% ao ano. A rápida melhora da maior e mais desenvolvida economia é boa notícia para todo o mundo, mas desmente a lengalenga da presidente Rousseff e de sua equipe. O crescimento americano foi puxado, principalmente, pelo investimento produtivo, base para novos avanços.
No Brasil ocorreu o contrário. O investimento em máquinas, equipamentos, instalações e infraestrutura foi 5,3% menor que no primeiro trimestre do ano e 11,2% inferior ao de um ano antes. No segundo trimestre de 2013, o total investido correspondeu a 18,1% do PIB. Outros emergentes têm exibido taxas frequentemente acima de 24%. Mas o governo ainda conseguiu piorar esse indicador, derrubando a formação bruta de capital fixo para 16,5% do PIB. Foi uma taxa igual à do segundo trimestre de 2009, quando o Brasil estava em recessão, arrastado - naquele momento, sim - pela crise global.
O governo é obviamente culpado pela indigência na formação de capital fixo. Os seus erros prejudicam as ações oficiais - o fiasco do Programa de Aceleração do Crescimento é uma prova disso - e ainda criam insegurança entre os empresários. Empresário assustado com as intervenções do governo e muito inseguro quanto à evolução da economia só investe em máquinas, equipamentos e instalações se for irresponsável.
O investimento baixo e ainda em queda compromete o potencial de crescimento econômico. A recessão no primeiro semestre é parte de um desastre incompleto e ainda em curso. A produção industrial diminuiu 1,5% no trimestre e ficou 3,4% abaixo da de um ano antes. No Brasil, a indústria é a principal fonte de empregos decentes e o mais poderoso motor para o conjunto da economia. Há anos o governo tem cuidado muito mais do consumo que do investimento e, de modo especial, do fortalecimento da indústria. O resultado é inconfundível.
A criatividade na incompetência é evidenciada também pela combinação de baixo crescimento com inflação elevada e contas públicas em deterioração. Em julho, o setor público teve déficit primário de R$ 4,7 bilhões. Pelo terceiro mês consecutivo esse indicador ficou no vermelho. Isso é uma enorme anomalia. Incapaz de equilibrar suas contas, o governo tem-se comprometido, há muito tempo, a separar pelo menos o dinheiro suficiente para pagar juros e estabilizar ou reduzir sua dívida. Esse dinheiro posto de lado é o superávit primário.
A equipe econômica prometeu um resultado primário de R$ 99 bilhões para todo o setor público. O governo central - Tesouro, Previdência e Banco Central - deveria contribuir com R$ 80,7 bilhões. Até julho, o governo central acumulou apenas R$ 13,47 bilhões. O setor público total, R$ 24,68 bilhões. Alcançar a meta, só com muita criatividade e muitos truques. O desastre fiscal combina os efeitos de dois fracassos - da política econômica em geral e, de modo especial, dos incentivos tributários concedidos a setores selecionados. Não funcionaram.
FONTE AVERDADESUFOCADA
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