VOTO EM AÉCIO NEVES 45
ARIEL PALACIOS
O Estado de S. Paulo
Levantamento
da consultoria Mercer mostra que 33% das maiores companhias do país começaram a
cortar pessoal para baixar custos
BUENOS
AIRES - Uma pesquisa elaborada pela consultoria Mercer indicou que, afetadas
pela crise, 33% das 165 principais empresas instaladas na Argentina admitiram
que estão demitindo funcionários. Do total, 24% afirmam que já cortaram horas
extras, enquanto 18% começaram a aplicar planos de aposentadorias antecipadas.
O
motivo das demissões, segundo as empresas, é que não existe trabalho
suficiente. Além disso, alegam questões de baixa lucratividade no contexto de
recessão que afeta o país. "Neste cenário de estagflação, se a economia
não cresce, as vendas e a receita das empresas tampouco cresce, e neste
contexto, reconsideram a mão de obra".
Outra
pesquisa, da SEL Consultores, indica que os empresários consideram que a crise
continuará em 2015, ano de eleições presidenciais, de parlamentares e de
governadores das províncias. Do total de empresas pesquisadas, 17% afirmam que
demitirão no ano que vem.
Um
dos sinais da crise é a queda de 20% nas importações do país em agosto, em
comparação com o mesmo mês de 2013, segundo o Instituto Nacional de
Estatísticas e Censos (Indec).
Culpa.
O vice-ministro da Economia, Emmanuel Alvarez Agis, declarou que a culpa do
esfriamento da economia na Argentina é "do mundo" e não do governo
Kirchner. "Esta situação internacional coloca significativos desafios à
política econômica argentina", afirmou Agis em sabatina na comissão de
orçamento na Câmara de Deputados.
Ontem
o governo acrescentou outro integrante das personalidades e entidades
internacionais que supostamente "conspiram" contra a presidente
Cristina Kirchner: o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, que havia
declarado que a Argentina é "um exemplo de falta de solidez".
Segundo
ele, "a Argentina viveu durante décadas acima de suas possibilidades, não
paga suas dívidas e por isso está cada vez mais isolada do tráfego
internacional de pagamentos".
O
chefe do gabinete de ministros, Jorge Capitanich, reagiu irritado às
declarações de Schäuble, afirmando que o governo da primeira-ministra alemã
Angela Merkel "sempre foi hostil" com a Argentina.
Nos
últimos dois meses o governo Kirchner também acusou de tramar manobras contra a
Argentina a companhia American Airlines, o encarregado de negócios da embaixada
americana em Buenos Aires, o juiz federal de Nova York Thomas Griesa e os
credores dos títulos da dívida pública que não aceitaram as reestruturações dos
bônus. No sábado, a presidente Cristina também acusou o Estado Islâmico, que,
segundo declarou, a ameaçou de morte.
Fonte diplomatizando
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