apóio RODRIGO DELMASSO 19123
O Globo,
Parcela
de brasileiros miseráveis aumentou em 409 mil pessoas
Apesar de
os dados da Pnad 2013 corrigidos pelo IBGE mostrarem a continuidade do processo
de queda da desigualdade, a redução da pobreza ocorreu em ritmo menor e o
contingente de miseráveis teve inclusive um leve aumento no ano passado. Depois
de o instituto reconhecer que superestimou os dados das regiões metropolitanas
de sete estados com impacto no resultado global de concentração de renda, os
pesquisadores do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) Andrezza
Rosalém e Samuel Franco refizeram os cálculos e constataram um cenário
levemente pior.
A pobreza
continuou cedendo no ano passado, mas num ritmo mais lento — menos que a metade
verificada entre 2003 e 2013. Ao todo, 1,644 milhão deixaram o contingente. De
acordo com os dois pesquisadores, 17% da população brasileira estava abaixo da
linha de pobreza (de R$ 248 per capita) ante 18% do ano anterior. A pesquisa
anterior mostrava um percentual de 16,9%. Já os miseráveis eram 6% da população
brasileira, contra 5,8% de 2012.
Antes da
correção da Pnad, já tinha mostrado aumento dessa parcela, mas em 0,1 ponto
percentual. A despeito da ampliação das políticas de transferência de renda
para esse público, com o Brasil Carinhoso (que complementa a renda dos
beneficiários do Bolsa Família), houve o acréscimo de 409 mil pessoas nesse
grupo. Eles levam em conta desigualdade medida pela renda domiciliar per
capita, ao contrário do instituto.
Segundo
Andrezza, do Iets, apesar de o Gini apontar queda, houve uma piora qualitativa.
Os 10% mais pobres tiveram queda de 2,5% nos rendimentos ao contrário das
divulgações passadas, em consequência da deterioração do mercado de trabalho,
de um lado e da corroção da inflação, de outro.
— O
mercado de trabalho tem um efeito não tão favorável para os mais pobres, que
formam uma parcela menos escolarizada. O ideal é que o Gini melhore quando se
aproximam as pontas. Esse modelo não está funcionando tanto. É uma piora
qualitativa. Chegamos a um nível de se pensar num passo dois, analisar as
políticas ofertadas para essa população — afirma Andrezza.
Consultado,
o IBGE disse que não se pronunciaria sobre as declarações de ministros e da
presidente a respeito da permanência da presidente Wasmália Bivar.
Paulo
Roberto de Almeida Paulo Roberto de Almeida p
Fonte diplomatizando
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