VOTO EM AÉCIO NEVES 45
A candidata do PSB pratica a velha política enquanto prega o contrário. Destruiu o ideário de Eduardo Campos e talvez consiga demolir o próprio partido que representa
A candidata Marina Silva praticando a velha política
Não há quem
segure a candidata Marina Silva nesta caminhada final rumo à eleição. Em
Florianópolis, subiu ao palanque de Paulinho Bornhausen e com empenho
apaixonado pediu votos para sua candidatura a senador. Precioso trunfo
para o filho de Jorge Bornhausen, governador biônico de Santa Catarina
durante a ditadura, liderança do ex-PFL e patriarca de uma das mais
ricas famílias do estado. Direita reacionária na sua acepção mais
desbragada...
Esta adesão
eufórica à velha política assinala a enésima contradição de pregadora da
nova. Uma análise da personagem do ponto de vista psicológico exibe,
isto sim, uma nova Marina. A contida, austera ambientalista na qualidade
de candidata em campanha mudou radicalmente o seu estilo, a ponto de
pôr em xeque as crenças professadas até ontem. A perspectiva do poder
leva-a a renovar seu verbo e seus gestos e a buscar a companhia de
quantos aparentemente haveriam de ser seus adversários, se não inimigos.
Vale tudo para chegar lá, é o que se deduz sem maiores esforços.
Confesso minha
surpresa. Marina Silva revela uma determinação obcecada que não
imaginava. Certo é que a candidatura de Eduardo Campos, sua plataforma,
suas ideias, seus projetos e propósitos, Marina conseguiu destruir.
Receio que logre ir além, para demolir o próprio Partido Socialista. Em
lugar da nova política, temos a nova Marina.
Fonte: Revista CartaCapital.FONTE BLOGDOSOMBRA
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