vote em RODRIGO DELMASSO DEPUTADO DISTRITAL 19123
Não há um
único exemplo de acerto anterior dos institutos de pesquisas em campanhas
eleitorais. Estranhamente, os números só se aproximam na realidade na
pesquisa de boca de urna. Quando não há mais o que esconder. Nem como. É
uma cansativa repetição.
Seria o brasileiro
um povo inconstante? Que mente? Que deixa para revelar o voto somente no dia da
eleição? Seremos milhões de esquivos eleitores que deixamos para o último
momento a divulgação de nossas escolhas?
Ou é mais
crível creditar a algumas empresas a sensação de “não adianta”, pois a eleição
já está resolvida?
Fora a
desonestidade intelectual e a ganância com os lucros advindos de cenários
irreais, cometem um crime social e político.
Tentam,
com as “pesquisas”, direcionar o voto. Incentivar o voto útil. Acreditam que
escolhemos candidatos como quem aposta em corridas de cavalos. Sem
observar que, num Jockey Club, apostamos para ganhar dinheiro. Numa eleição,
votamos em busca de decência, ética e futuro.
Por que os
institutos de adivinhações e vendas de números não se especializam em corridas
de cavalos? O desserviço que prestam não é a um partido ou outro. É ao
país.
Por que os
erros são menores quando se trata de, por exemplo, de um plebiscito sobre armas
de fogo? Ou sobre a pena de morte?
Na Bahia,
Jaques Wagner foi eleito governador ainda no primeiro turno, quando as
pesquisas sequer o davam como segundo colocado. Já vi prefeito eleito no
primeiro turno ir ao segundo e perder, quando seria eleito com mais de 80% dos
votos, como Leonardo Quintão em Belo Horizonte. Já vi político tratar da
montagem do secretariado poucas horas antes de tentar explicar a derrota.
Quem
voaria num avião de qualquer empresa com a mesma credibilidade desses
institutos? Alguém se arriscaria?
Ocultam-se
por de trás de “fórmulas” que não nos é permitido conhecer. Não são raros os
casos de especialistas em estatística que apontam a fragilidade e incorreção da
metodologia.
Quem é
entrevistado? Qual o índice de rejeição de opiniões? Onde foi feita? Quem respondeu
e que confiabilidade se tem nos dados pessoais (instrução, moradia e até idade)
dos participantes? Qual a curva de descarte? Qual o ponto de intercessão?
Estatística
(e a pesquisa é uma delas) é a ciência que, colocando o cidadão com a cabeça em
um forno de 200 graus e os pés em um freezer de ─ 200 graus, terá NA
MÉDIA a temperatura ideal! Ou, como disse Roberto Campos, estatística é
como biquíni: mostra tudo e esconde o essencial!
É uma
ciência que, quando utilizada de modo honesto, controlado, com parâmetros
conhecidos, com fórmulas explicitadas, ajuda a TENTAR antecipar fatos ou medir
tendências. Se não observar NENHUM destes limites, é charlatanismo!
O
assombroso é que a MAIORIA dos analistas (e a totalidade dos jornais) se dá ao
trabalho de interpretar números que eles mesmos não sabem como foram coletados
ou tabulados.
Como um
paciente que toma morfina para dor de cabeça sem conhecer a bula do fármaco nem
o porquê da indicação. Ou um engenheiro que analisa a obra de um prédio de
20 andares amparado por uma única coluna central.
Se isto
não é desonestidade, meus valores pessoais já não devem valer para muita coisa.
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