foto Ueslei Marcelino/Reuters
Quando a imprensa insufla a loucura coletiva
A
mídia que forçar a barra. Quer legitimar a todo custo o protesto
radical e violento, mesmo que tais práticas atentem contra a democracia e
a legalidade.
A
mensagem implícita desses protestos é clara: perigosamente divulga-se
que os meios legais e formais da democracia não são suficientes.
Digamos que alguém entre num bairro periférico de uma cidade e descubra que na noite anterior cinco pessoas foram encontradas mortas no asfalto. Alguém dirá que esse bairro é pacífico? Ou então vá numa festa de carnaval e sejam registrados inúmeros assaltos, homicídios e estupros? Alguém dirá que esse ambiente é tranquilo? Talvez alguém dirá pra você que "o bairro é pacífico, porque a maioria dos moradores não é violenta" ou então que "nem todas as pessoas da festa são criminosas". Você, com certeza, dirá que essa pessoa perdeu o juízo.
É
o que podemos ver nas transmissões dos protestos em todo o Brasil. A
Rede Globo, em particular, quer nos convencer a todo custo de que os
protestos são "pacíficos". Incrível pacificismo! Não existe um protesto
em que não haja vandalismo, queima de ônibus, pichações, depredações de
patrimônio público e privado e muita violência. A imprensa poderá dizer a
você que "a Assembléia Legislativa do Rio foi depredada e jogaram
coquetéis molotov, mas as manifestações são todas pacíficas" ou então
"dezenas de ônibus foram depredados e alguns queimados em São Paulo, mas
tudo isso é fruto de uma minoria". Não importa. A violência faz parte
da realidade desses movimentos de rua. O fato de uma minoria tomar a
iniciativa da violência não torna pacífico o movimento ou o ambiente.
É
preciso fazer uma comparação. Recentemente, no dia 5 de junho de 2013, o
pastor Silas Malafaia fez um mega evento na frente da Esplanada dos
Ministérios em Brasília, reunindo milhares de evangélicos, em defesa da
liberdade religiosa e de expressão e a favor da família tradicional.
Alguém viu ali coquetéis molotov? Alguém presenciou invasão criminosa do
Congresso Nacional ou tentativa de queima do Palácio do Itamaraty? A
resposta é não. A cidade de Brasília permaneceu intacta. Não houve
agressões, incidentes, homicídios, ônibus queimados. Talvez Brasília
tenha se tornado bem mais pacífica e ordeira com evangélicos nas ruas.
Eles tinham propósitos claros e uma bandeira: a oposição à agenda
homossexual, que propõe criminalizar a moral cristã e a liberdade
religiosa.
Falei
em artigo anterior do Círio de Nazaré, a maior festa católica do
Brasil, aqui em Belém, onde 2 milhões de pessoas se reúnem para a
procissão da virgem Maria. Não há um incidente de vandalismo sequer. As
pessoas, como que envolvidas num sentimento profundo de contrição,
acompanham a Santa Mãe de Deus. Há casos de desmaios, motivados pelo
cansaço físico e pelo calor. E mesmo assim, as pessoas ajudam umas as
outras. São solidárias. E realmente pacíficas.
Entretanto,
a mídia que forçar a barra. Quer legitimar a todo custo o protesto
radical e violento, mesmo que tais práticas atentem contra a democracia e
a legalidade. Basta saber quem lidera esses movimentos. Algum ativista
moderado, defensor do Estado de Direito e da Constituição? Absolutamente
não. Quem lidera o "Passe Livre" em São Paulo e demais outros protestos
é gente que sonha em sovietizar o Brasil e estabelecer uma ditadura
comunista. Colabora bovinamente com o governo federal e com a política
do PT em todo o país. Os protestos foram instrumentalizados para
canalizar as frustrações da população e usá-los contra os próprios
opositores do governo federal.
Todo
mundo fala de corrupção nesses manifestos, mas ninguém cita um corrupto
sequer. Timidamente um e outro citam Lula e Dilma Rousseff, para serem
silenciados pela massa. O mensalão já foi considerado como invenção da
Revista Veja e coisa da "direita". Qualquer semiletrado quer "educação
pública de qualidade" e ninguém lê um livro por ano. A ralé usa as
máscaras de Guy Fawkes, mas alguém sabe quem ele foi? Um inglês fanático
que queria explodir o Parlamento e matar o rei Jaime I da Inglaterra.
Embora os fanáticos de hoje estejam familiarizados com o molotov,
ninguém saberia responder o que foi a "rebelião da pólvora".
Tais
manifestações não são muito diferentes das loucuras que presenciei na
época do "Fora Collor". Gente que acreditava viver numa "ditadura", que
as instituições democráticas não funcionavam ou que os meios legais não
eram suficientes. Ou melhor, são distintas apenas pelo fato de que a
atual presidente da república, Dilma Rousseff, passa incólume pelos
acontecimentos. Quem é responsável pela inflação? Pelo aumento de
impostos? Pela corrupção? Em suma maior parte, o governo do PT, óbvio.
Essa manada que diz fazer tudo e arrebenta o país não sabe nem mesmo
identificar os causadores de seus males. E pior: alguns manifestantes
querem mais controle do Estado sobre suas vidas. Sonham com modelos
institucionais que destruiriam a democracia. Repetem as agendas de
propaganda do próprio governo. Na verdade, o que se vê é uma multidão de
zumbis vagando pelas ruas, sem qualquer propósito claro, macaqueando
chavões prontos e acabados dos variados matizes ideológicos da
esquerda.
A
mensagem implícita desses protestos é clara: perigosamente divulga-se
que os meios legais e formais da democracia não são suficientes. Logo,
é necessário o uso da força, da arbitrariedade e do empenho da massa
para resolver os problemas. Um movimento que coloca a força dos números
em detrimento da razão e do direito é essencialmente violento. A tônica
dos protestos é visivelmente totalitária. Lembra perfeitamente os
métodos de tomada do poder pelos bolchevistas. Já que seus "líderes",
por assim dizer, são bolchevistas.
Não
se pode negar que os atos da turba sejam um "ensaio geral" para abalar a
democracia. A esquerda revolucionária, incluso o governo federal, está
preparando as almas para a subversão das instituições públicas do país. E
a imprensa, ao fazer uma divulgação em massa de manifestações nada
"pacíficas", legitimando o vandalismo e as quebradeiras, mente ao
público brasileiro e escamoteia as reais intenções do que está por trás
dos acontecimentos.
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