‘O Pacto manco’, por Reynaldo Rocha
REYNALDO-BH
1 ─ Responsabilidade Fiscal e Controle da Inflação. Um governo que cria uma “contabilidade heterodoxa”, baseada em artifícios contábeis que são uma afronta a qualquer lógica, tem credibilidade para propor este pacto? Quem cria 39 ministérios para atender ao guichê de pagamentos, criando novos balcões para transações criminosas, é digno desta proposição? Quem usa o dinheiro dos impostos para perdoar dívidas de ditadores africanos e bancar viagens de lobby do copresidente tem força moral para falar em responsabilidade fiscal? Ou é mais um delírio de quem perdeu o juízo, a vergonha e o sentido de realidade? E o controle do surto inflacionário será feito com o Bolsa-Sofá? Com o abandono das políticas que até então deram certo, herdadas do governo FHC? Ou acreditaremos nas falas e previsões de Guido Mantega, reforçadas por raivosos discursos de Dilma? Que pacto se propõe? O do boi a caminho do matadouro, para que não reclame do destino inevitável? Dilma quer companhia para o desastre. Ou uma desculpa para transferir a terceiros o que é somente de sua (dela) responsabilidade.2 ─ Na Saúde, a importação de 6.000 médicos cubanos (ou de brasileiros escolhidos pelo MST mais pelos aspectos de adesão ideológica do que por formação educacional) resolverá o problema? Os médicos importados irão trazer gazes, ataduras, remédios e material de exame para os postos de saúde inexistentes? São formados em alguma especialidade que não necessita de uma estrutura mínima de atendimento? Poderão fazer diagnose sem exames? Ou internações sem leitos? Serão especialistas em leitos imaginários? A mentira aqui chega às raias do crime premeditado. Qualquer atendente de farmácia sabe que um médico sem meios de exercer sua profissão/missão é apenas o espectador de uma morte anunciada. Serão 6.000 médicos especializados em fornecer atestados de óbito?
3 ─ Na Educação, a promessa de 100% dos royalties do pré-sal (hoje reduzida a 75% pelo Congresso) significa uma GOTA de recursos frente o que já existe. E mesmo assim daqui a uns 6 anos! Até lá o apadrinhamento das Universidades federais em todo o Brasil continuará. Reitores escolhidos pela docilidade aos que mandam. Professores de escolas básicas e secundárias recebendo salários de boias-frias. Livros escolhidos pelo MEC a partir de critérios esdrúxulos. Contemplando amigos e aderentes (os modess intelectuais!) ao modelo do “nós vai” ou do “a gente pesamos!”. A Educação só é valorizada por quem entende a importância dela. Um um regime (mais que governo) onde o elogio da ignorância é fonte primária de poder e onde a mentira curricular é só a continuidade da falsidade, educação é mandar crianças à escola para não aprender. Para fazer número em estatísticas oficiais. Já temos dez anos e PROUNI e da dita democratização de acesso às Universidades. Temos uma legião de formados sem emprego, qualificação ou oportunidade de trabalho nas áreas em que foram diplomados. Para o lulopetismo vale o número. Como no jogo do bicho.
4 ─ Quanto aos transportes, o que se pode dizer do trem-bala? De borracha? Na nossa testa? Ligando duas cidades que são atendidas por pote-aérea (a única do país) e por ônibus a cada meia hora. O metro de Salvador tem trilhos e trens. Existe há dez anos. E até agora zero passageiros transportados. Em Brasília, o quilômetro construído mais caro do mundo! Cada metrô construído em BSB daria para – por exemplo – construir 150 metros em Xangai! Em Belo Horizonte, uma linha! Que liga nada a lugar algum. Que pacto? Ou o governo quer cúmplices que assumam os crimes cometidos?
5 ─ Corrupção. Só pode ser a defesa do órfão assassino! O sujeito que matou a mãe e o pai que se revolta no julgamento e afirma: “Não acredito que vocês terão coragem de condenar um pobre órfão de pai e mãe!”. A corrupção tem nome, sobrenome e endereço.
Não há necessidade de nenhum pacto. E sim de cadeia! Bastaria que parassem de roubar. Para isto é preciso um entendimento nacional, suprapartidário? Ou bastaria o Código Penal? O pacto inclui o perdão anterior? Seria esta a justificativa para que gilbertinhos e mercadantes defendam a absolvição de quadrilhas já condenadas pelo STF? Que pacto se quer, prezada ventríloqua de Lula? O que exima o copresidente de responder se o menos conhecia (biblicamente ou não!) a Rose dos lençóis? A hipocrisia desconhece limites.
A esperteza se mostrou desastrosa.
Sem exageros, é como o bandido que ao roubar alguém saí rua afora aos berros de “pega ladrão”!
O que foi proposto não é pacto!
É a saída arquitetada por marqueteiros para transformar uma VERDADE expostas nas ruas em um artifício de continuidade das mentiras, promessas e desculpas nojentamente conhecidas.
Fiquem com o pacto. Manco.
A gente fica com as ruas e com o sentimento de BASTA!
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