Oposição diz que Dilma tenta fugir das reivindicações das ruas
Por Marcela Mattos, na VEJA.com:
Líderes da oposição acusaram a presidente Dilma Rousseff de fugir da reivindicação central das manifestações, que pedem melhorias no transporte público, na educação e na saúde, e de jogar para o Congresso Nacional um problema que o governo, em seus dez anos de mandato, não soube resolver: a reforma política.
Líderes da oposição acusaram a presidente Dilma Rousseff de fugir da reivindicação central das manifestações, que pedem melhorias no transporte público, na educação e na saúde, e de jogar para o Congresso Nacional um problema que o governo, em seus dez anos de mandato, não soube resolver: a reforma política.
Para o
senador Aécio Neves (PSDB-MG), a presidente frustrou os brasileiros. “O
que se viu hoje foi um Brasil velho falando para um Brasil novo. O
Brasil velho onde os governantes não assumem as suas responsabilidades,
sempre buscam transferi-las para terceiros, não reconhecem os equívocos
que viveram e buscam desviar a atenção com novas propostas”, afirmou o
parlamentar mineiro, um dos prováveis adversários de Dilma nas eleições
de 2014.
O senador
tucano ressaltou que a oposição sempre apoiou uma reforma política e
lamentou o fato de o governo, que detém ampla base no Congresso
Nacional, não ter aprovado o tema. Aécio Neves alegou ainda que Dilma,
da mesma forma em que busca se descolar das manifestações ao transferir
para estados e municípios a missão de desonerar as tarifas para o
transporte público, empurra para o parlamento a responsabilidade de
encontrar uma reformulação para o sistema político. “Não houve empenho
do governo federal em dez anos na condução da reforma política e ela
agora, para desviar a atenção, transfere a questão para o Congresso.
Faltou ao governo coragem para assumir a sua parcela de culpa”, disse.
O líder do
DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), ponderou que o Supremo Tribunal
Federal (STF) teria de ser ouvido antes de qualquer decisão. Para o
senador, em vez de a presidente debruçar-se sobre as demandas da
população, ela está apostando em um tema que não é central neste momento
e que pode trazer mudanças perigosas. “Uma assembleia constituinte com o
fim único de fazer reforma política corre o risco de resultar no
encurtamento de mandato ou mudança de regime político”, afirmou
Agripino. “É isso que o Brasil precisa discutir ou há outras coisas mais
urgentes que se impõem?”, questionou.
A oposição
sustenta ainda que a reforma política poderia ser feita por meio de um
Proposta de Emenda à Constituição (PEC), sendo desnecessária a
convocação de um plebiscito. “É fácil e o Congresso está pronto. Basta
que a base do governo concorde em votar”, afirmou o líder do DEM. “Se
cabe ao Congresso convocar uma constituinte, por que a maioria desse
Congresso, que é da base de sustentação da presidente, não faz? Isso que
ela tem que responder. A Dilma parece uma noviça no governo, quando
está com o seu partido há mais de dez anos de mandato”, completou o
presidente do Mobilização Democrática (MD), Roberto Freire (SP).
0 comments:
Postar um comentário