Jornalista Andrade Junior

terça-feira, 14 de abril de 2020

"Relativizando a informação",

 por José J. de Espíndola

Eis um exemplo notável da guerra psicológica (ou terrorismo midiático, como quiserem) travada pela mídia nacional, com propósitos que uma mente sã não consegue alcançar:
Manchete da Folha de São Paulo de 11/04:
“País tem mais de cem mortos, e o mundo, mais de 100 mil”
Que horror, dirá o comum dos brasileiros, incapaz de relativizar a notícia. Este tipo de manchete jornalística não é um caso isolado que deva passar desapercebido. É o padrão de que dia após dia, hora após hora invade os computadores e smartphones de todo o brasileiro, criando uma onda de terror. Desinforma mais do que informa.
Claro, toda morte provocada por um vírus que vem lá da China e que só cobriu o mundo por causa da leniência do governo chinês para com um problema que é seu historicamente, dói muito.
O problema chinês a que me refiro está na falta de higiene nos mercados públicos de animais e a famigerada “Medicina Chinesa” tradicional. Esses dois fatores interligados são os responsáveis por mais esta pandemia, além de ter sido responsável por todas as anteriores.
Trata-se daquela mesma “medicina” que ensina que servir-se de partes de animais selvagens pode-lhes transferir uma suposta (nunca detectada ou medida pela ciência) “energia vital”. Esta “medicina” é responsável pela dizimação dos rinocerontes africanos, por que o pó do corno do animal (feito quase que exclusivamente de queratina, a mesma substância das unhas e pelos, portanto ineficaz), é tido como poderoso afrodisíaco.
O pangolin, um mamífero que dá na Ásia e na África é talvez o animal mais contrabandeado do mundo, graças à “medicina” tradicional chinesa. Suas escamas, segundo aquela “medicina” produzem leite materno a lactantes e são um “poderoso remédio” para combater a asma. É bastante provável que o SARS-Cov-2 tenha sua origem na matança e uso de pangolins. Ossos de tigre e mesmo da nossa onça pintada são também matérias primas para curar doenças, como a artrite, por exemplo, segundo a “medicina” tradicional chinesa. O mundo é vítima desta medicina do atraso, legal naquele país, e isto é revoltante.
Mas, relativizemos a manchete da Folha.
Cem mil mortes é muito, mas se comparadas à população mundial (7 bilhões e 500 milhões de habitantes) dá um percentual de 0,0013% (pouco mais de um milésimo por cento!).
Continuemos a relativizar. A peste negra, ou peste bubônica (por sinal originada também na China) matou pelo menos 25% da população europeia. Digo “pelo menos”, porque esta é a mais conservadora informação que encontrei. Outras informações dão conta de que um quarto (33,33%) da população europeia foi dizimada pela peste bubônica nos meados do século XIV.
Dráuzio Varella /1/, citando outras fontes, informa que entre 80 e 100 milhões de mortes ocorreram no mundo, em quatro anos, devido à peste negra. Naquela época, entre os anos de 1347 e 1351, a população do mundo girava em torno de 450 milhões de pessoas. Ficando na mais conservadora informação - 80 milhões de mortes no mundo - em uma população mundial de cerca de 450 milhões, concluímos que cerca de 18% da população mundial pereceu vítima da peste.
Quanta diferença! Um distância abissal vai de 0.0013% (que provoca tamanho alarme na Folha de São Paulo e outros veículos) a 18% de mortes pela peste negra. São (apenas!) 13 846 vezes mais mortes percentuais pela peste negra, comparadas com as mortes devidas ao coronavirus.
Certo, atento leitor, é bom que você diga que a praga do coronavirus começou em janeiro apenas e que a da peste negra durou 04 anos. Mas a época era outra, certo? Hoje temos ciência e tecnologia para identificar (o que foi logo no início feito) e debelar a praga em pouquíssimo tempo. Temos remédios que estão sendo usados, aparentemente com sucesso, e uma vacina não deve demorar para chegar. Compare isso com uma época em que nem se sabia que micro-organismos existiam, nem se sabia que a peste era transmitida pela pulga de ratos, que naquela época infestavam as cidades. Além disso, a letalidade do SARS-Cov-2 é muito pequena, ínfima mesmo, se comparada à da Yersinia pestis, agente etiológico da peste negra. Portanto, ao fim desta nova praga chinesa, que tantas angústias e prejuízos nos traz, o quadro relativizado, descrito acima, não será muito diferente do atual.
Infelizmente, ao invés de passar ao público informações relativizadas como estas que aqui trago, a nossa Grande Imprensa (Rede Globo e Folha de São Paulo à frente) associada ao que de pior se pode esperar de oportunismo político e extrema demagogia (Dória, Wetzel et caterva), cria-se uma histeria social, um quadro de verdadeiro TERROR, para obter dividendos políticos e financeiros, com o retorno das velhas “boquinhas” que foram neste governo fechadas.
REFERENCIA:
POST SCRIPTUM:
Gostaria de anexar a este artigo dois vídeos que são, penso, bastante pertinentes ao que aqui se trata:
1. Um vídeo mostrando o Desembargador Ivan Sartori, ex- presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, pondo a nu a petulância, a arrogância sem limites, quiçá a imensa ignorância do Governador Dória, daquele mesmo Estado:
2. Caio Copolla – que também é formado em Direito - jornalista de inteligência brilhante, tocando o mesmo diapasão do Desembargador Ivan Sartor. CLIQUE NO LINK ABAIXO E ASSISTA O VÍDEO 


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