PERCIVAL PUGGINA.
Leio no site do Ministério da Saúde
O Governo do Brasil destinou mais R$ 9,4 bilhões para fortalecer a rede pública de saúde no enfrentamento ao coronavírus (Covid-19). A Medida Provisória que autoriza a utilização dos recursos pelo Ministério da Saúde foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite desta quinta-feira (3). Agora, já são R$ 14,3 bilhões de incremento ao orçamento da saúde destinados exclusivamente para o combate à doença – em março, o presidente da República, Jair Bolsonaro, havia editado outra Medida Provisória, que concedia R$ 5 bilhões.
Os recursos já têm destinação certa. Serão usados na aquisição de novos testes de diagnóstico de coronavírus (RT-PCR e testes rápidos), de medicamentos (oseltamivir) e de equipamentos para a rede hospitalar, como monitores de sinais vitais e ventiladores pulmonares, usados principalmente no tratamento de casos graves com dificuldades respiratórias. Além disso, será possível ampliar os recursos destinados à manutenção de leitos de UTI e de enfermaria, bem como a construção do Centro Hospitalar de Atenção e Apoio às Pesquisas Clínicas para Pacientes Graves, da Fiocruz, no Rio de Janeiro (RJ).
Ainda com estes recursos será possível custear as bolsas pagas a supervisores e estudantes do 5º e 6º ano dos cursos de medicina e do último ano dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Farmácia que atuarão no enfrentamento ao coronavírus no Brasil. A ação “O Brasil conta comigo” prevê o pagamento de uma bolsa de acordo com a carga horária do estágio supervisionado – de 40h ou 20h.
Diante da emergência em saúde pública devido à pandemia de coronavírus, o Ministério da Saúde já havia destinado cerca de R$ 1 bilhão para todos os estados e municípios do país. Estes recursos puderam ser utilizados em ações de assistência à população, inclusive, para abertura de novos leitos ou custeio daqueles já existentes. A distribuição dos valores foi proporcional ao número de habitantes de cada estado. Primeiro, foram enviados R$ 424 milhões para todos os estados e, posteriormente, R$ 600 milhões para todos os municípios.
* Amanda Costa, da Agência Saúde
COMENTO
Quem acompanha a história das dificuldades de caixa do governo federal, bem pode imaginar o custo futuro dessa vultosa liberação de recursos tanto para o combate ao coronavírus e o cuidado dos pacientes, quanto para medidas de proteção social envolvendo dezenas de milhões de brasileiros e pequenos negócios pessoalmente prejudicados pelas medidas de isolamento impostos pelo setor público ao setor privado. Quando passarem a régua nessa conta, ela andará perto do trilhão de reais.
Muitos anos passarão, muitos presidentes se sucederão no poder, e os brasileiros ainda estarão falando sobre esta conta e pagando por ela.
Estranho, por isso, o fato de muitos governadores e prefeitos estarem na expectativa de que a União possa socorrer os Estados e os municípios na medida de suas necessidades para o cumprimento das tarefas que lhes corresponde.
Nos três níveis de governo, é sempre bom lembrar, não há e nunca haverá um real que não proceda nem venha a proceder da sociedade. Toda essa conta, portanto, mesmo que pendurada num prego, é nossa.
EXTRAÍDADEPUGGINA.ORG
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