apóio RODRIGO DELMASSO DEPUTADO DISTRITAL 19123
Marina
pode ser o olho de um furacão que, claro, jamais conseguirá renovar a velha
política sólida; mas ela pode criar um 'caos' na vida política.
O
Brasil se move por acaso. Os rumos da História, se é que tem rumos, tendem a se
enrolar em si mesmos e só fatos, traumas inesperados disparam a mutação. Que
quer dizer essa frase? Que não são apenas as “relações de produção” que
explicam nossa marcha, mas os detalhes, as ínfimas causas, as bobagens casuais
e tragédias intempestivas fazem o Brasil andar.
Getúlio
deu um tiro no peito e adiou a ditadura por dez anos. Jânio tomou um porre e
pediu o boné, um micróbio entrou na barriga do Tancredo e mudou nossa vida,
encarando o Sarney por cinco anos, o Collor foi eleito por sua pinta de galã
renovador e acabou “impichado” por suas maracutaias. Roberto Jefferson mostrou
sua carteirinha de corrupto, se denunciou junto com os mensaleiros e mudou a
paisagem política. E agora Marina Silva pode ser presidente, em vez da
Presidenta.
Com
a população mal-informada em sua maioria (não falo dos miseráveis e
analfabetos, mas de gente de terno e gravata) sobre as complexas questões da
política e da economia, a emoção e a catarse movem o país.
Agora,
estamos na expectativa; somos o país do eterno suspense: Marina vai ser eleita
ou não? Será que o efeito “tragédia” vai se evaporar? A grande mudança seria,
claro, a social-democracia apta a desfazer as boquinhas e os pavorosos erros
com que o PT nos brindou. Aécio, se eleito, pode trazer a agenda correta. Mas,
se Marina ganhar, teremos um outro tipo de mudança, uma virada para um “novo”
desconhecido, uma virada psicológica e cultural inesperada. Não adianta
analisar Marina com os instrumentos de análise costumeiros.
Agora
em vez dos óbvios vexames do PT, estamos diante do mistério Marina.
Marina
é “sonhática” ou não? Marina é populista? Marina é de esquerda ou não? Nada. No
entanto, amigo leitor, Marina pode ser o olho de um furacão que, claro, jamais
conseguirá renovar a velha política sólida; mas ela pode criar um “caos” na
vida política. Talvez até um “caos progressista” pelo avesso. Que é isso que
quero dizer? Marina pode vir a
bagunçar mais a bagunça existente, mas poderá ser uma “bagunça crítica”, que
pode trazer uma espécie de “destruição criadora” nesta zorra instalada.
Para
falar em termos de “contradições negativas” que eles tanto amam, o caos que
Lula, Dilma e o PT criaram na vida nacional pode ter sido o gatilho para uma
revisão em busca de um modelo melhor. Se Marina vencer, será sabotada
continuamente pelos vagabundos que se instalaram no Estado, será confrontada
pelas barreiras fisiologistas dos parlamentares, talvez quebre a cara tentando.
Mas, mesmo que fracasse, teremos um “caos mais moderno”, tirando do poder a
velha cartilha regressista dos nossos bolivarianos. Mesmo que ela se perca na
selva dos meliantes da política, não será mais irracional que os atuais
governantes. O súbito surgimento inconcebível dessa moça da floresta e suas
abstratas declarações são uma prova encarnada do delírio político do país. Com
a queda do avião, houve uma grande reviravolta trágica que resultou em uma
comédia de erros. Ninguém sabe o que vai nos acontecer.
Podemos
decifrar, analisar, comprovar crimes ou roubos, mas nada se move, porque a
maior realização deste governo foi justamente a desmontagem da Razão. Se bem que nunca antes
nossos vícios ficaram tão explícitos, nunca aprendemos tanto de cabeça para
baixo. Já sabemos que a corrupção no país não é um “desvio” da norma, não é um
pecado ou crime; é a norma mesmo, entranhada nos códigos e nas almas. O
caudilhismo sindicalista de Lula serviu para entendermos melhor nossa deformação.
Os comentaristas ficam desorientados diante do nada que os petistas criaram com
o apoio do povo analfabeto. Os conceitos críticos como “democracia, respeito à
lei, ética”, viraram insuficientes raciocínios contra um cinismo impune. Lula
com seu carisma de operário sofredor nos decepcionou, revelando-se um
narcisista egoísta e despreparado, enquanto o melhor governo que tivemos, do
FHC, ficou no imaginário da população como um fracasso, movido pela campanha de
difamação sistemática e pela babaquice dos tucanos que não se defenderam. Os
petistas têm mania da ideologia da contramão. Fizeram tudo ao contrário do
óbvio, movidos por uma ridícula utopia revolucionária, quando na realidade só
fizeram avacalhar o país.
Meu
Deus, que prodigiosa fartura de novidades fecundas como um adubo sagrado, belas
como nossas matas, cachoeiras e flores. Ao menos, estamos mais alertas sobre a
técnica do desgoverno que faz pontes para o nada, viadutos banguelas, estradas
leprosas, hospitais cancerosos, esgotos à flor da terra, tudo como plano de
aceleração do crescimento. Fizeram tudo para a reestatização da economia, incharam a
máquina pública, invadiram as agências reguladoras, a Lei de Responsabilidade
Fiscal, em busca de um getulismo tardio, com desprezo pelas reformas, horror
pela administração e amor aos mecanismos de “controle” da sociedade, esta
“massa atrasada” que somos nós. A esquerda psicótica continua fixada na ideia
de “unidade”, de “centro”, ignorando a intrincada sociedade com bilhões de
desejos e contradições. Acham que a complexidade é um complô contra eles, acham
a circularidade inevitável da vida uma armação do neoliberalismo internacional.
Os
petistas têm uma visão de mundo deturpada por conceitos acusatórios: luta de
classes, vitimização, culpados e inocentes, traidores e traídos. Petistas só
pensam no passado como vítimas ou no futuro como salvadores e heróis. O
presente é ignorado, pois eles não têm reflexão crítica para entendê-lo.
Reparem que Dilma na TV só fala do que “vai fazer”, se for eleita. Por que não
fez antes, nos 12 anos da incompetência corrosiva? A solução é mentir: números
falsos, contabilidade falsa. Antigamente, se mentia com bons álibis; hoje, as
tramoias e as patranhas são deslavadas; não há mais respeito nem pela mentira.
É isso aí, amigos, o bicho vai pegar. Em quem?FONTE RECEBI VIA EMAIL
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