apóio RODRIGO DELMASSO DEPUTADO DISTRITAL 19123
Lula não tem ódio a Marina; tem ódio é à democracia. Ou: Pantomima de chefão petista “em defesa do pré-sal e da Petrobras” vira um grande mico
Luiz Inácio Lula da Silva, ou
simplesmente Lula, já foi um líder sindical de respeito. Depois, ele se tornou
um político e subordinou os interesses dos trabalhadores, que então
representava, a seus objetivos pessoais. Quem saiu ganhando? Ele e seu partido.
Os direitos trabalhistas hoje vigentes, comparem, não são muito distintos dos
que havia na década de 70, quando este senhor despontou para a celebridade. Já
o homem se tornou o dono de uma legenda — cujos tentáculos se espalham em todas
as esferas do estado brasileiro, nas estatais e nos fundos de pensão —,
elegeu-se presidente da República duas vezes e fez a sua sucessora.
Os trabalhadores não têm
muito mais poder do que tinham antes. Lula, no entanto, fez-se o político mais
poderoso do Brasil.
Nesta segunda, este
senhor decidiu se comportar como um arruaceiro, como um vândalo da democracia,
como um prosélito vulgar. E deu com os burros n’água. O petista reuniu seus
bate-paus no sindicalismo e nos movimentos sociais para fazer um ato em defesa
da Petrobras e do pré-sal em frente à sede da empresa, no Rio. Queria juntar
milhares de pessoas. Ocorre que esse tempo não existe mais. Mesmo com o
poderoso chefão do petismo presente, o ato não chegou a juntar mil pessoas —
segundo a PM, havia umas 600 no auge da concentração. Só compareceram
representantes de aparelhos políticos e sindicais. O povo faltou à convocação.
Ato em defesa da
Petrobras e do pré-sal? Eles estão sendo ameaçados? Estão, sim! Mas não é por
Marina Silva. Não é por Aécio Neves. Quem ameaça o patrimônio público é a
roubalheira. Quem estava sangrando os cofres da Petrobras era uma quadrilha que
lá estava instalada, servindo aos interesses de partidos políticos, inclusive
aos do PT. Quem lesou a maior empresa brasileira foram os que promoveram a
compra de Pasadena, por exemplo. Segundo o TCU, houve um prejuízo de US$ 792
milhões.
Ao ato convocado pelo
chefão compareceram os chefinhos da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da
Central Única dos Trabalhadores (CUT). João Pedro Stedile, que comanda o MST,
também estava lá. Todos fizeram discursos enraivecidos contra Marina Silva.
Distribuía-se aos montes um adesivo em que se podia ler: “Fora Marina e leve o
Itaú junto”. Lindbergh Farias, candidato do PT que amarga o quarto lugar na
disputa pelo governo do Rio, escoltava Lula.
Era a reunião dos
burgueses do capital alheio. Era a reunião dos burgueses do capital estatal. Era
a reunião dos burgueses do que não lhes pertence. Todos esses caras têm um medo
pânico de que haja uma troca de guarda no governo porque não querem perder seus
privilégios. Vai que sejam obrigados a voltar a trabalhar. Isso, afinal de
contas, não pega bem no Partido dos Trabalhadores.
Eis aí o sr. Luiz Inácio
Lula da Silva: um simples baderneiro e o maior reacionário da República. Ele
não quer a alternância de poder. Ele criminaliza a ação dos adversários. Ele
move seus sicários de reputações do sindicalismo e dos movimentos sociais para
manter o poder nas mãos de seu grupo.
Lula estava vestindo a
jaqueta laranja da Petrobras, como se estivesse lá para defender a empresa. Sob
aquele manto, larápios e incompetentes se juntaram para promover o maior
assalto à estatal de que se tem notícia. Ele não estava lá para defender uma
causa. Querendo ou não, estava lá para tentar varrer uma penca de crimes para
baixo do tapete e para, uma vez mais, ameaçar os brasileiros com um fantasma.
Ninguém queria acabar com
a Petrobras em 2002. Ninguém queria acabar com a Petrobras em 2006. Ninguém
queria acabar com a Petrobras em 2010. Ninguém quer acabar com a Petrobras em
2014. É a quarta vez que o PT recorre a essa mentira com o propósito único de
vencer a eleição. Nas outras três, deu certo. O resultado é a roubalheira que
vemos.
Para encerrar: não pensem
que o PT estaria se portando de modo diferente se o tucano Aécio Neves
estivesse em segundo lugar. O partido não tem ódio a Marina em particular. Esse
tipo de manifestação é ódio à democracia.
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