APÓIO RODRIGO DELMASSO 19123 DEPUTADO DISTRITAL
A se confirmar a "comissão" de 3%, só a área de abastecimento da Petrobras teria desviado mais de 3 BILHÕES de reais aos políticos envolvidos no caso.
O Petrolão, escândalo da Petrobras cujos
envolvidos foram recentemente delatados por Paulo Roberto Costa, pode
ter custado aos cofres públicos o equivalente a 33 mensalões. Segundo levantamento realizado pelo Valor,
a área de Abastecimento da empresa investiu R$ 112,39 bilhões entre
maio de 2004 e abril de 2012. Desse montante, 3% teriam sido desviados.
Uma fatia de 3% referente à suposta comissão cobrada sobre esse valor chega, portanto, à cifra de R$ 3,37 bilhões. Segundo declaração de Costa à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF), esse seria o percentual da propina paga a políticos por empreiteiras e empresas sobre os valores dos contratos firmados com a Petrobras.
Na delação do ex-diretor de Abastecimento da estatal,
aparecem vários nomes de peso, como Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidentes da Câmara e do Senado,
respectivamente, além de Edison Lobão (PMDB-MA), ministro de Minas e
Energia, Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR), Sérgio Cabral
(PMDB-RJ), Roseana Sarney (PMDB-MA) e o ex-candidato Eduardo Campos
(PSB), substituído por Marina Silva na corrida presidencial.
Sobre o PT, ele afirmou que o operador encarregado de fazer a ponte com o esquema era o tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, cujo nome já havia aparecido nas investigações como personagem de negócios suspeitos do doleiro Alberto Youssef.
Alberto Youssef, que tem muitas conexões no meio político, é investigado na operação Lava Jato,
que desbaratou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas
que, de acordo com a Polícia Federal, movimentou cerca de R$ 10 bilhões.
Paulo Roberto Costa também é investigado na operação sob a acusação de
receber propina do esquema à época que era diretor da Petrobras.
Reportagem veiculada no programa Fantástico, em 13 de abril, mostrou o conteúdo de uma das planilhas da Costa Global apreendidas pela PF. Os documentos mostram que o ex-diretor mantinha um controle detalhado de todas operações que ele intermediava entre a Petrobras, empreiteiras e fornecedores. Numa das planilhas obtidas pelo Fantástico, aparece ao lado do nome das empresas a porcentagem que o ex-diretor da Petrobras receberia caso conseguisse contratos para elas. Em muitos casos, a comissão é de 50%.
Ao saber da delação premiada de Costa, a presidente Dilma tentou fazer pouco do que ele teria a dizer, afirmando que a estatal “é muito maior que qualquer agente dela” e “está acima” de falhas de conduta de seus funcionários.
“Não se pode confundir as pessoas com as instituições. A Petrobrás é muito maior que qualquer agente dela, seja diretor ou não, que cometa equívocos, crimes – ou, se for julgado, que se mostre que foi condenado. Isso não significa uma condenação da empresa”, disse Dilma.
Após a revelação dos nomes, Dilma disse ainda que a divulgação dos depoimentos é apenas “especulação”, já que o processo está criptografado dentro de um cofre, de onde só sairá para ir ao Supremo.
“Eu gostarei de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas condições e te asseguro que tomarei as providências cabíveis. Não com base em especulação. Eu quero as informações. Acho que elas são essenciais e são devidas ao governo, porque, caso contrário, a gente não pode tomar medidas efetivas”, disse Dilma.
Quando a capa da Veja veio a público há
uma semana, muito se especulou que este seria “apenas” mais um escândalo
daqueles soltos milimetricamente em período eleitoral para direcionar
os votos aos não atingidos. Mas o desenrolar da operação entrega que ela
segue sua busca por justiça independentemente do que pretende vender o
horário eleitoral. A própria iniciativa de criptografar os depoimentos
buscando minimizar os vazamentos prova que não há intenção de se fazer
uso político do caso da parte dos investigadores. O que, claro, não
impede que alguns envolvidos comentem do pouco que sabem com os mais
próximos e isso de alguma forma chegue à imprensa. Fato é que já são 42
horas de depoimentos da parte do “delator”. Para tudo isso ser mentira,
seria preciso uma imaginação fora do comum agindo na cabeça de Paulo
Roberto Costa.
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