APÓIO AÉCIO NEVES PRESIDENTE 45
Depois de uma campanha desastrosa no segundo turno, quando caiu na
armadilha petista sobre privatizações e fantasiou-se com os logos das
estatais para mostrar quão estatizante era, Alckmin foi menos votado do
que no primeiro turno e terminou a eleição com 39% dos votos...
Desta vez, a vantagem de Dilma no primeiro turno é semelhante à daquele
ano, mas no segundo turno é Marina, que está na frente até o momento,
embora em situação de empate técnico mais clara ainda.
Hoje sai mais uma pesquisa Ibope, que pode trazer novidades. Os truques
petistas estão sendo repetidos eleição após eleição: os adversários
acabarão com o Bolsa Família, privatizarão todas as estatais.
Está um pouco mais difícil obter eficácia desta vez, seja pelo desgaste
do truque, seja porque é mais complicado colocar um rótulo de
exploradora insaciável em uma ex-companheira petista, negra e de origem
humilde.
Por isso a “elite branca” está identificada na pessoa de Neca Setubal,
que o PT chamava de educadora quando participou de um debate para montar
a proposta de governo de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo, e
agora chama de banqueira por ela estar coordenando o programa de Marina.
O PT assume o papel de protetor dos pobres e oprimidos nas campanhas
eleitorais e, no governo, coloca um banqueiro internacional oriundo do
PSDB, Henrique Meirelles, para tomar conta do Banco Central.
Na propaganda do PT, os banqueiros são seres asquerosos que só querem
roubar a comida das criancinhas. Na sabatina com a presidente Dilma,
estranhei que ela tenha acusado sua adversária Marina de ser
“sustentada” por banqueiros, e ela respondeu que se baseava no que era
noticiado, que Neca Setubal havia sustentado a criação do instituto de
Marina.
Seria a mesma coisa que dizer que o ex-presidente Lula é sustentado por
empreiteiras, que pagam a maioria de suas palestras no exterior e
ajudaram a financiar seu instituto.
O que o PT faz é tentar manipular o eleitorado, criando fantasmas, como
ontem na fracassada demonstração diante do prédio da Petrobras a favor
do pré-sal.
Foi-se o tempo em que o povo aderia aos seus chamados. O que se via
mais ontem eram sindicalistas guiados pelas centrais sindicais que o
governo sustenta, aí, sim, com verbas generosas, e pode acionar a
qualquer momento para suas demonstrações de força.
O “abraçaço” na Petrobras não mobilizou a população, porque as
acusações de corrupção petista na estatal estão bem divulgadas e
documentadas, impedindo que se alastrem as acusações distorcidas com
relação ao pré-sal.
Mas a disputa assimétrica do momento só será equilibrada no segundo
turno, se Marina chegar lá e obtiver recursos para os 20 dias de
campanha com o tempo igual de propaganda oficial ao da sua adversária.
A presidente Dilma tem a vantagem de ter sua imagem já incorporada à
liturgia do cargo, apesar de sua fala não conter um mínimo de coerência
com essa mesma liturgia. Mas sua presença é permanente, e Marina terá
que mostrar que sua figura franzina esconde uma liderança carismática.
Suas conexões com os principais líderes internacionais devem servir
para mostrar, especialmente para o eleitorado menos esclarecido, que ela
não é uma “pobre coitadinha” despreparada, que não aguenta os percalços
de uma campanha presidencial, como insiste em dizer a presidente Dilma.
O debate frente a frente também será esclarecedor para a definição do
eleitorado.
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