Por Gabriel Castro, na VEJA.com:
A Polícia Civil do Paraná prendeu nesta
quarta-feira o filho e o advogado de Eduardo Gaievski, ex-assessor
petista da Casa Civil que, após revelação de VEJA, foi preso sob
acusação de abusar sexualmente de menores. Fernando Borges e André
Gaievski foram flagrados quando conduziam duas testemunhas do caso até
um cartório da cidade de Francisco Beltrão, onde elas prestariam
declarações inocentando o petista. Cada uma das mulheres, que são mães
de vítimas de Gaievski, havia recebido 1 000 reais em troca do
depoimento.
O
Ministério Público do Paraná recebeu a denúncia de que a dupla e dois
irmãos dele, Francisco e Edmundo Gaievski, estavam coagindo testemunhas
do caso. Na terça-feira, os policiais presenciaram o momento em que o
grupo entregou o dinheiro às duas mulheres. Nesta quinta, enquanto se
deslocavam para o cartório com as mães das vítimas, o filho e o advogado
de Eduardo Gaievski foram presos. Eles se negaram a dar informações aos
policiais. As duas mulheres, entretanto, admitiram a coação.
“As mães
receberam 1 000 reais cada uma. Elas gastaram parte do dinheiro e, na
quarta-feira, estavam com o restante do valor no carro”, explica o
delegado Sandro Barros, responsável pelo flagrante. Ele diz que a fraude
foi comprovada: “Elas iam fazer uma declaração, no cartório, em favor
de Eduardo Gaievski”. Fernando Borges e André Gaievski serão indiciados
pelo artigo 343 do Código Penal, que fala em “dar, oferecer ou prometer
dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha” para “fazer afirmação
falsa em depoimento”. A pena é de três a quatro anos de prisão.
A notícia
não surpreende: em 14 de setembro, o site de VEJA revelou como, mesmo
preso, Eduardo Gaievski se comunicava com seu advogado para combinar a
coação de testemunhas do caso. Ele trocava e-mails utilizando um
aparelho celular. Depois disso, o petista foi transferido de presídio.
Gaievski está preso em Curitiba. Já o advogado e o filho do ex-assessor
estão detidos na delegacia de Realeza. Caberá à Justiça decidir se eles
vão responder ao crime em liberdade. O ex-assessor da Casa Civil
responde por estupro de vulnerável (dezessete vezes) e assédio sexual.
Ele oferecia dinheiro e cargos na prefeitura para as adolescentes e suas
famílias. Após a revelação do caso, ele foi rapidamente afastado do
cargo no ministério.
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