Jornalista Andrade Junior

sábado, 15 de março de 2025

Uma reflexão sobre prioridades

 Lucas Berlanza


Minha prioridade ao escrever e agir está no Brasil e nas suas questões, porque: 1) eu vivo nele; 2) é o universo cultural onde me desenvolvi e desenvolvo, com o qual construí minhas relações e afetos; 3) é a comunidade política na qual tenho direitos e responsabilidades como cidadão, seguindo a lógica moderna dos Estados-nações.


Significa que não me importo com o resto da humanidade e defendo uma visão nacionalista esclerosada? De modo algum; eu sou liberal e isso é inegociável. Contudo, se já é difícil controlar ou ter um impacto decisivo nas questões do nosso bairro, estado ou país, que dirá querer resolver uma guerra no Leste Europeu, onde não temos nenhuma ingerência, por exemplo.


Repugna-me o que Donald Trump disse sobre a Ucrânia, praticamente a responsabilizando pela invasão hedionda que sofreu – embora entenda que ele foi eleito para retrair gastos dos EUA no exterior, e a Europa possa e deva reduzir seus welfare states multiculturalistas irresponsáveis e imprudentes para financiar mais a própria defesa.


Existe uma lógica internacional, por outro lado, historicamente incentivada pelos EUA, de que eles coordenariam a defesa de seus aliados. Em cenário de instabilidade geopolítica, não parece adequado alterar isso às caneladas. Modestamente, porém, meu foco (repito, foco, não significa atenção exclusiva) segue nas vantagens que a causa da liberdade de expressão pode ter no Brasil com o apoio de setores de seu governo capazes de fazer pressões contra Moraes e sua turma, o que os recentes movimentos sugerem ser uma possibilidade real – e esse compreensivelmente deve ser o foco também de políticos brasileiros de oposição.


Não façam confusões megalômanas; a rigor, eu não “apoio” nem me “oponho” a Trump. Ele é o presidente dos EUA; se não existe apoio incondicional nem a pessoas em quem eu tiver votado, que dirá nesse caso. Eu sou apenas um cidadão brasileiro que dirige alguns pensamentos a compatriotas na esperança de motivar reflexões que os possam influenciar em alguma medida; nada mais. Temos que ter um senso de realismo quanto à nossa própria importância.







PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/uma-reflexao-sobre-prioridades/

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