Jornalista Andrade Junior

quinta-feira, 20 de março de 2025

Contra o sistema, sustentado por ele

 GABRIELIBENINI/INSTITUTOLIBERAL


Há quem não conheça a imagem de Che Guevara com o adereço da Disney? 


A identidade visual de socialistas e comunistas era expressa na camiseta com a imagem do sanguinário Guevara. Hoje, a juventude, especialmente no Brasil, põe o seu boné do Movimento dos Sem Terra (MST) e segura consigo uma ecobag com a frase “ambientalismo sem luta de classes é jardinagem”. É possível que parte desse grupo idealize uma sociedade igualitária em que se tenha a tal justiça social. Porém, grande parte dos jovens, de fato,  somente reproduzem um discurso para que possam ter a habilitação de “ser de esquerda”, o que significa, segundo o viés dessa mesma posição política, ser sensível com os mais vulneráveis em um sistema “exploratório” conhecido como “capitalismo”. Na realidade, é provável que nem isso passe pela mente do jovem “socialista” que apenas quer jogar sinuca no DCE da sua faculdade e integrar algum grupo de amigos, ou talvez que deseja ir na feira do MST e votar no PSOL para suprir a sua culpa por ter os  “privilégios” que os mais pobres não têm. 


Nesse sentido, é evidente que a esquerda atrai o jovem pela sensação de pertencimento social e pelo discurso ilusório, mas também pelo comportamento degradante que se normaliza e faz com que a juventude tenha “passe livre” para tomar péssimas decisões, visto que a esquerda, essencialmente, tende a defender a liberdade sem responsabilidade: a oportunidade de usar e abusar do ilícito e a leniência quanto às consequências desse uso. Não há dúvida quanto ao alcance da esquerda entre os jovens, uma vez que a narrativa de defesa das minorias e de combate às mazelas sociais é utilizada em conjunto com a possibilidade de o jovem pertencer a um grupo no qual ele será mais bem visto ao se posicionar como “socialista” ou “comunista”. Além disso, ele não será pressionado a ter um bom comportamento: pelo contrário, será incentivado a participar de festividades que podem levá-lo a desventuras, fazendo com que recorra ao Estado para solucioná-las.


Sob essa perspectiva, inegavelmente, teme-se a mudança cultural que a esquerda causa, principalmente, à juventude. Contudo, essa “revolução”, ainda que proponha alterações econômicas e sociais, como, por exemplo, a ditadura do proletariado, não parece “vingar” na realidade. Na prática, os interesses individuais se sobrepõem aos interesses ideológicos, mesmo que a esquerda negue: o jovem prefere usufruir do capitalismo e dos mecanismos que uma democracia liberal disponibiliza, consumindo e se expressando livremente, a partir para um processo revolucionário. Essa incoerência não é surpresa: há quem ignore o fato de que defender os direitos dos homossexuais não é compatível com a defesa de grupos terroristas que buscam a morte deles, por exemplo. 


Nas universidades, especialmente as federais, juventudes partidárias e grupos ligados ao movimento estudantil tendem a dominar o ambiente acadêmico, captando novos militantes. Esses jovens, ou até mesmo adultos que permanecem infantilizados, acabam investindo seu tempo ocioso na disseminação de um discurso ilusório e “revolucionário”. Militantes com pautas muitas vezes desconectadas das reais necessidades dos estudantes, nas horas vagas, pedem aos pais que os sustentem, utilizando o salário conquistado no sistema capitalista para comprar ingressos para festas ou bandeiras de Cuba. Ou seja: até onde o jovem realmente acredita no socialismo? Se ele pudesse escolher, previsivelmente, não viveria em um país socialista. 


E não, esse texto não foi escrito por alguém mais velho que não compreende devidamente o ânimo da juventude. É necessário esclarecer que a autoria deste texto pertence a uma jovem de 19 anos que estuda na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Particularmente, a minha indignação tende a se apaziguar pelo costume, o que me causa, no entanto, desconforto por normalizar o que a esquerda faz ao se apropriar do ambiente acadêmico e da juventude. Infelizmente, observo diariamente jovens se autodestruindo, glorificando figuras como Stálin e outros assassinos, enquanto condenam aqueles que, minimamente, discordam dessa postura. Curiosamente, é possível notar a hipocrisia daqueles que lutam contra o sistema, mas seguem sendo sustentados passivamente por ele.


*Gabriele Benini é estudante de Direito na UFRGS, assessora parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS) e vice-presidente da Juventude Livre. Com 19 anos, é natural de Porto Alegre e atua ativamente na defesa de pautas liberais e na política estudantil.













PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/contra-o-sistema-sustentado-por-ele/

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