Roberto Rachewsky
Anistia é um ato conciliatório que exige desprendimento dos que concedem e dos que são beneficiados.
Os que concedem anistia abrem mão da justiça se a anistia é precedida por investigação criteriosa, julgamento imparcial e punição coerente.
Os que são beneficiados abrem mão da sua virulência e aceitam conviver com seus antagonistas de forma civilizada.
Foi isso que ocorreu em 1979, quando o governo militar anistiou guerrilheiros, terroristas e simpatizantes que tentavam implantar no Brasil a ditadura do proletariado.
No caso presente da anistia aos condenados do 8 de janeiro, esse espírito inexiste. Os que condenaram milhares de manifestantes por aquela arruaça, inventaram crimes que a eles foram imputados por meio de um processo heterodoxo que viola todos os preceitos constitucionais, legais e dos mais básicos direitos.
O espírito que se sobrepõe é o do ressentimento e revanchismo, manifestações da alma que caracterizam os integrantes do atual governo desde o tempo em que muitos deles foram anistiados, 46 anos atrás.
Eu sou contra a anistia. Eu sou a favor do direito, da justiça e da liberdade, princípios violados pelos que queriam implantar o comunismo e que hoje julgam cidadãos comuns como se fossem conspiradores atuando para dar um golpe de estado, sem liderança, sem exército, sem armas, sem planos, sem motivo, sem mesmo vontade.
Deram a anistia a esses criminosos em 1979, eles entraram para a política, escreveram e aprovaram uma Constituição esquizofrênica. Não se mostraram satisfeitos, resolveram rasgá-la para governarem como governam os psicopatas.
Vândalos subversivos, a mando não se sabe de quem, com a aquiescência do próprio governo, contaminaram uma manifestação legítima que se opunha ao fato de que um corrupto, condenado em três instâncias do judiciário, teve sua ficha corrida limpa numa canetada para poder sair da prisão direto para ocupar a Presidência da República.
O golpe, se houve, foi esse. Não a comoção nacional, fruto desse disparate, que se excedeu quando uma cabeleireira, mãe de filhos pequenos, pintou a estátua da justiça com batom.
Os que se opõe à anistia atual adoram uma ditadura que despe os indivíduos de seus direitos de forma arbitrária, violenta e imoral. Não é pela justiça, não é pelo direito, não é pela liberdade, não é pela república. É pura maldade.
PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/sobre-golpe-e-anistia/
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