Eliziário Goulart Rocha
O Brasil, portanto, experimenta um tremendo vácuo de poder. Em momentos assim, figuras como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tendem a se empolgar. Destinado a ser mero coadjuvante em uma democracia com a saúde menos precária, começou a se sentir grandão. Não é de hoje, mas vem crescendo no ritmo do encolhimento dos que não souberam se manter do tamanho de sua posição. O procurador agora se acha.
É preciso aplicar o dito popular “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, e deixar um pouco de lado a batalha alimentada, por um lado, pela cegueira ideológica e, por outro, pelo medo de não parecer isento. Independentemente da culpa dos denunciados pelos Esleys Safadões, beneficiários da delação mais premiada da história – com direito a liberdade total, especulação bilionária à custa de sangria na economia nacional, vidão em Nova York e deboche da cara dos brasileiros honrados –, o fato é que Janot atropelou a Constituição, o bom senso e a lógica na condução do processo, e tudo isso sob olhares parceiros do Supremo. Em uma nação menos ressabiada, ainda mergulhada na era da inocência, talvez seus arroubos pudessem ser creditados à sede de justiça, ao senso do dever ou à paixão pela pátria. Nas atuais circunstâncias, soa mais como sede de poder, oportunismo e paixão desmedida por holofotes. Com as instituições e seus titulares enfraquecidos, falta quem coloque Janot em seu devido lugar.
extraídadeblogdeaugusotnunesopiniaoveja
0 comments:
Postar um comentário