MIRANDA SÁ
A
globalização mata a noção de solidariedade, devolve o homem à condição
primitiva do cada um por si e reduz as noções de moralidade pública e
particular a um quase nada” (Milton Santos)
Tenho
certeza que não aparecerá um só intelectual manifesteiro do lulopetismo
para contestar o nosso epigrafado, o professor Milton Santos, cuja
respeitabilidade é superior às centenas de assinaturas em defesa de uma
ideologia que favorece a corrupção, e, além de superada, é deturpada.
A
palavra “Globalização” está na moda, apesar de representar o processo
de ampliação da hegemonia econômica, política e cultural do Foro de
Davos sobre as demais nações. E incrivelmente, é defendida pelos
“socialistas” latino-americanos.
O
termo globalização é dicionarizado como substantivo feminino e definido
como “espécie de mercado financeiro mundial criado a partir da união
dos mercados de diferentes países e da quebra das fronteiras entre esses
mercados”.
Sou
contra a globalização porque derruba fronteiras para substituir o
conceito de país por um governo virtual, transnacional, que realiza
transações financeiras e comerciais e impõe culturas às nações aderentes
e subordinadas.
As
recentes eleições na França distinguiram-se por transparecer o choque
das duas tendências mundiais, em prol e contra a globalização. O Reino
Unido – que a séculos acumula experiências de autodefesa, já se mostrou
contrário, e a eleição de Trump, nos EUA, inclinou-se igualmente contra o
império invisível que tem George Soros como porta-voz.
Soros,
como se sabe, é o megaespeculador que quebrou o Banco da Inglaterra, e
lidera um grupo de “hedge funds” que exerce grande influência sobre o
Euro. Não se manifestou publicamente como fizeram Obama e Merckel
divulgando suas adesões em alto tom a Emanuel Macron, mas certamente o
fez “por debaixo do pano”.
No
sábado anterior ao pleito francês (no Exterior já se votava em
embaixadas e consulados), o ex-ministro grego de Economia fez um
estremecido apelo para que elejam o candidato de Hollande contra Le Pen.
Mostrou que precisa do suor do povo francês para a Grécia sobreviver e
escapar da crise gerada pela corrupção.
Há
duas décadas seria impensável que a intelligentsia terceiro-mundista
aderisse à globalização como fazem hoje os mesmos que combateram o
Consenso de Washington e denunciavam – muitas vezes sem razão – o
“imperialismo norte-americano pelos seus males.
Veja-se
que o FMI define como característica fundamental da globalização o
comércio e transações financeiras, movimentos de capital e de
investimento, migração e movimento de pessoas e difusão da ideia de
uniformização cultural “universalista”.
Estes
princípios contribuem sem dúvida alguma para a subordinação dos
Estados-Nações. É o que se traduz no Brasil com a Lei da Imigração, que
escancara as nossas fronteiras para os refugiados que a Europa recusa, e
cria uma confusão mental sobre a notável contribuição migratória para a
nacionalidade brasileira.
Uma
coisa se registrou com àqueles que vieram trabalhar e progredir no
Brasil, fugindo de guerras e crises econômicas; outra é vir concorrer
com a pobreza aqui existente e sem busca de solução pelo mesmo governo
que se abre para estrangeiros.
Enfim,
ser contra a globalização é ser contra o domínio de um “grande irmão
desconhecido”, é recusar-se a adotar o consumismo e o hedonismo das
nações ricas do chamado primeiro mundo…
EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA
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