editorial do Estadão
A cada novo levantamento da situação dos hospitais da rede pública,
feito por entidade respeitável da área médica, fica mais patente o
desastre que foram os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff,
especialmente este último, para a saúde. São os números desmentindo
implacavelmente a demagogia do PT, que desde sua origem se apresentou
como o campeão das causas sociais e que, quando chegou ao poder e nele
ficou 13 longos anos, malogrou justamente num dos setores de importância
vital para as camadas mais carentes da população.
Segundo trabalho feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria, a rede
que atende ao Sistema Único de Saúde (SUS) perdeu 10,1 mil leitos para
internação na área de pediatria em apenas seis anos, entre 2010 e 2016. O
número desse tipo de leitos em hospitais públicos e conveniados passou
de 48,2 mil para 38,1 mil naquele período, como mostra reportagem do Estado.
Só no que se refere a Unidades de Terapia Intensivo (UTIs) neonatais,
para atender recém-nascidos em estado grave, o déficit é estimado em 3,2
mil leitos.
A presidente daquela sociedade, Luciana Rodrigues Silva, considera a
situação “gravíssima”, porque muitas vezes crianças precisando de
cuidados médicos que chegam a serviços de pronto-socorro não têm para
onde ser encaminhadas. Com isso, “sofrem a família, a criança e a equipe
médica”. E esse é um quadro presente em todos os Estados, dos mais
ricos aos mais pobres. Basta dizer que o que mais perdeu leitos foi São
Paulo (4.832), seguido por Bahia (3.611), Minas Gerais (3.266), Rio
Grande do Sul (2.388) e Ceará (2.377).
As explicações do Ministério da Saúde não convencem. A redução de leitos
teria ocorrido em consequência de mudança no perfil epidemiológico e da
tendência mundial à desospitalização, com tratamentos que antes exigiam
internação sendo feitos em ambulatório e em casa. O Ministério alega
ter aumentado em 12% os investimentos na área pediátrica entre 2010 e
2016, expandindo a oferta de leitos para casos de maior complexidade.
A se crer no que diz o Ministério, tudo estaria no melhor dos mundos –
com o País apenas se ajustando a novas realidades –, mesmo com a perda
de nada menos do que 10,1 mil leitos hospitalares. Muito mais próxima da
verdade parece estar a apreciação de Luciana Rodrigues Silva,
corroborada por depoimentos, colhidos pela reportagem, de várias
famílias que tiveram de enfrentar a falta de leitos para seus filhos.
As justificativas oficiais de agora são as mesmas apresentadas por
ocasião da divulgação de levantamentos anteriores, mostrando a
diminuição cada vez maior da capacidade hospitalar da rede pública. À
luz do mais contundente estudo desse tipo, divulgado no ano passado, o
que se passa no setor de pediatria se enquadra perfeitamente no
desolador panorama geral de decadência da saúde pública nos governos
petistas.
Trabalho feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) – com base em
dados oficiais – mostrou que em cinco anos, de 2010 a 2015, os hospitais
da rede pública perderam 23.565 leitos, passando de 335.482 para
311.917. Ou 7% do total, um baque considerável e num período curto. Já
então o Ministério falou na tendência à desospitalização, citando como
exemplo o caso dos leitos de hospitais psiquiátricos fechados, que
registraram diminuição de 7.726 (de 32.735 para 25.009). Por importante
que ele tenha sido, falta a diferença de 15.839 (23.565 menos 7.726).
É por essa e outras razões que o CFM considerou o quadro mostrado em seu
trabalho como “alarmante” e lembrou que a insuficiência de leitos é um
dos fatores que aumentam o tempo de permanência de pacientes nos
serviços de emergência, nos quais acabam “internados” à espera de vagas.
Uma situação irregular e perigosa.
O irresponsável desleixo com a saúde pública é mais um legado dos
governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele deixa ao desamparo
milhões de brasileiros de baixa renda que acreditaram no PT e nas suas
mirabolantes e demagógicas promessas.
extraídaderota2014blogspot
0 comments:
Postar um comentário