MARCO AURÉLIO CANÔNICO FOLHA DE SP
Até onde se viu, não há nenhum obstáculo incontornável a ponto de impedir a realização de alguma prova ou de colocar em grande risco a segurança da "família olímpica" e dos torcedores. O problema é que não se viu muita coisa.
Assim como os atletas só se deram conta dos problemas nos apartamentos quando entraram na Vila Olímpica, o público só vai saber das armadilhas e falhas de acabamento das arenas quando entrar nelas para torcer.
De qualquer modo, a vocação brasileira de deixar tudo para a última hora geralmente vem acompanhada de uma concentração de esforços para entregar a tempo a tarefa, mesmo que na base do jeitinho.
É pena que as soluções não surjam para a população carioca com a mesma presteza que os entes públicos têm demonstrado para resolver os problemas olímpicos. O site humorístico Sensacionalista traduziu bem o sentimento: "Moradores de favela se disfarçam de australianos para receberem água e luz rápido".
Assim como na Copa-2014, em que se pediu "padrão Fifa" para hospitais, escolas e segurança, o público da Olimpíada terá um tratamento a que os cariocas não estão acostumados no dia a dia —menos ainda depois de o PMDB quebrar o Estado.
E não se trata apenas da segurança, reforçada com tropas federais. Na área da saúde, o público dos Jogos terá à disposição mais ambulâncias do que o resto do Estado do Rio. Terá também uma ala VIP construída pela prefeitura num dos principais hospitais públicos da cidade, e mantida até agora inacessível aos cidadãos.
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