por Igor Gielow Folha de São Paulo
O governo Dilma-3 já demonstra exaustão em uma semana de vida, com o TSE
determinado a buscar balas de prata, com a desastrada ofensiva judicial
do Planalto neolulista contra o TCU conferindo um tom épico à rejeição
das contas pedaladas, e com a Câmara indócil como sempre.
Com isso, a maquininha do impeachment continuou rodando azeitada. A oposição deveria estar a comemorar, certo? Sim e não.
Sim, porque a decadência do governo soa inevitável. O parecer do TCU é
peça robusta e se encaixa no contexto do crime continuado e com um
sentido eleitoral.
A negativa é óbvia, não apenas porque o impedimento só de Dilma
obrigaria uma decisão sobre apoiar ou não Temer: oposição, PSDB à
frente, botou todas suas fichas na aliança com Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
para reger o rito do impeachment.
Como cada dia que passa traz novas revelações vindas da Suíça contra
Cunha, a aliança com o peemedebista tornou-se um abacaxi a ser
descascado pelos tucanos.
Depois de fazer cara de paisagem, a oposição já trabalha com a hipótese
de Cunha ou fora, ou enfraquecido a ponto de buscar algum tipo de
composição com o Planalto.
No primeiro caso, o que importa ao PSDB é ter na cadeira alguém tão
independente do governo quanto ele. No segundo, há a certeza de que o
peemedebista irá deixar o processo correr, mas surgem dúvidas sobre como
ele orientará os seus na Casa.
Já o PMDB "profissional" se movimenta na sombra, analisando
conveniências e cronogramas que incluem as eleições municipais de 2016,
quando ninguém vai querer estar associado ao governo.
Há os fatores externos conhecidos, como uma PGR que resolva ser tão
ativa contra gente do governo como é com Cunha, ou uma ação da PF
instada pelo TSE. Por ora, todos correm sobre um fio de navalha,
enquanto o país vai sendo fatiado por ela.
extraídaderota2014blogspot





0 comments:
Postar um comentário