Jornalista Andrade Junior

sábado, 21 de junho de 2014

agora o PT quer o monopólio do palavrão?

Recebi por e-mail de um amigo leitor do blog e repasso na integra

A edição de  O Globo relembra alguns impropérios que Lula desferiu contra desafetos e adversários ao longo de sua carreira política.

Em 1987, chamou o então presidente da república, José Sarney de "grande ladrão". Em 1993, em conversa informal com jornalistas, disse que o presidente Itamar Franco era "um filho da puta" e o ministro da Fazenda, Eliseu Resende, "um canalha". Em 2010, durante uma reunião ministerial, Lula disse que o presidente do PSDB, Sergio Guerra era um "babaca".

O Globo esqueceu, porém, a maior das ofensas de Lula.

Em maio de 2004, o presidente Lula estava furioso com o correspondente do New York Times no Brasil, o jornalista Larry Rohter. Motivo: a publicação de uma matéria na qual Rohter detalhara os hábitos etílicos do presidente. Sob o título, "Hábito de bebericar do presidente vira preocupação nacional" o jornalista dera  tratos ao que era para lá de sabido por toda a nação: Lula bebia bastante, em qualquer hora ou lugar.

Furioso com a matéria, o então presidente Lula reuniu seu gabinete de crise. Queria dar uma resposta dura: cassar o visto de permanência de Larry Rohter e mandá-lo de volta para os Estados Unidos. Foi então que, ao ouvir de um dos ministros que Rohter era casado com uma brasileira e, que por isso, tinha seu direito de permanência assegurado pela Constituição, Lula se descontrolou e largou um:

- "Foda-se a Constituição!"

O episódio, relatado com exclusividade pelo Blog do Noblat  um dia depois do ocorrido, coloca em perspectiva as atuais reações de Lula, e do PT de um modo geral,  em relação às vaias ouvidas por  Dilma nos estádios da Copa. Não fosse um absurdo por si só a tentativa de patrulhar a voz da torcida em um campo de futebol - território onde o palavrão é regra - é uma grande piada que tal tentativa venha de pessoas que nunca mantiveram a compostura, nem mesmo quando o cargo que ocupavam assim exigia.

De tudo o que está sendo dito sobre as vaias nos estádios - no plural, sim, porque além de São Paulo, também em Minas e Goiás foram ouvidos xingamentos contra Dilma - o que mais impressiona é a cara de pau dos petistas. Ora ela aparece na tentativa descabida de vitimizar a presidente; ora no, não menos ridículo, intento de atribuir a reação à uma classe social específica, como se Dilma já não estivesse sendo vaiada em todos os lugares por onde passa - o que, aliás determinou que ela não fizesse discurso na cerimônia de abertura da Copa.

Mas o PT está fazendo o jogo de sempre. Distorcendo os fatos e repetindo, incansavelmente, uma mentira na tentativa de transformá-la em verdade.

O que me espanta é a reação de parte da imprensa, que jamais tomou as dores das mães dos juízes e agora se comporta como se tivesse acabado de descobrir que o palavrão é linguagem corrente nos campos de futebol. Tal reação cheia de pudores só é compreensível sob a ótica de um desmedido governismo chapa branca.

Eu não sei onde esta imprensa, hoje tão pudica, estava em maio de 2004. O que sei é que uma torcida de futebol mandar um presidente tomar no cu é nada perto de um presidente da República mandar a Constituição se foder.

VÍDEO: Senador diz que Dilma é cúmplice de ameaça de morte de Joaquim Barbosa...
 

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