AUGUSTO NUNES - DIRETO AO PONTO
RECEBI O TEXTO VIA E MAIL E RETRANSMITO NA INTEGRA
Nos
quatro jogos da Copa do Mundo, a Seleção foi uma caricatura do time que
venceu, merecidamente, a Copa das Confederações. Os nomes do técnico e
dos titulares não mudaram. Mas a indigente vitória contra o Chile, outro
evento de alto risco para torcedores cardiopatas, reforçou a suspeita
de que, passados 12 meses, quase todos se transformaram em sósias de si
mesmos. As exceções são Neymar, Thiago Silva e Luis Gustavo. A
performance na decisão por pênaltis pode devolver a Júlio César a antiga
autoconfiança e acabar por incluí-lo nessa reduzida tropa de elite.
Há um ano, Felipão comandou uma equipe suficientemente ágil, entrosada e corajosa para meter medo em qualquer adversário. Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luís e Marcelo sabiam sair jogando, fechar espaços, desarmar e, eventualmente, aparecer na grande área adversária. Luis Gustavo, Paulinho e Oscar protegiam a retaguarda, dominavam o meio de campo e abasteciam com passes em profundidade um ataque que, além de finalizar com frequência e eficácia, também marcava a saída de bola. Hulk se multiplicava nos dois lados do gramado, Fred fazia gols. E Neymar reiterava a cada partida que logo seria o melhor do mundo.
Um ano depois, o padrão de jogo sumiu e não há vestígios de combinações táticas. O repertório da família Scolari é diminuto e bisonho. O goleiro coleciona chutões para a frente, os zagueiros insistem em ligações diretas, os encarregados da armação se escondem ou trocam passes miúdos, o centroavante marca quem deveria marcá-lo, as jogadas de ataque se limitam a cruzamentos sobre a área ou investidas individuais natimortas. Cumpre a Neymar compensar tantas deficiências com momentos luminosos, lances mágicos e gols de placa. Foi o que fez durante a fase eliminatória. Neste sábado não deu.
Além de estreitamente vigiado por dois ou três chilenos, o dono da camisa 10 passou 120 minutos sozinho (enquanto Fred se arrastou em campo) ou mal acompanhado pelo inverossímil Jô. Também lhe coube a cobrança do último pênalti. Haja dependência. Neymar é genial. Mas tem apenas 22 anos. É improvável que vá muito longe um grupo de atletas que transfere para um garoto a missão de carregar o Brasil nas costas.
Há um ano, Felipão comandou uma equipe suficientemente ágil, entrosada e corajosa para meter medo em qualquer adversário. Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luís e Marcelo sabiam sair jogando, fechar espaços, desarmar e, eventualmente, aparecer na grande área adversária. Luis Gustavo, Paulinho e Oscar protegiam a retaguarda, dominavam o meio de campo e abasteciam com passes em profundidade um ataque que, além de finalizar com frequência e eficácia, também marcava a saída de bola. Hulk se multiplicava nos dois lados do gramado, Fred fazia gols. E Neymar reiterava a cada partida que logo seria o melhor do mundo.
Um ano depois, o padrão de jogo sumiu e não há vestígios de combinações táticas. O repertório da família Scolari é diminuto e bisonho. O goleiro coleciona chutões para a frente, os zagueiros insistem em ligações diretas, os encarregados da armação se escondem ou trocam passes miúdos, o centroavante marca quem deveria marcá-lo, as jogadas de ataque se limitam a cruzamentos sobre a área ou investidas individuais natimortas. Cumpre a Neymar compensar tantas deficiências com momentos luminosos, lances mágicos e gols de placa. Foi o que fez durante a fase eliminatória. Neste sábado não deu.
Além de estreitamente vigiado por dois ou três chilenos, o dono da camisa 10 passou 120 minutos sozinho (enquanto Fred se arrastou em campo) ou mal acompanhado pelo inverossímil Jô. Também lhe coube a cobrança do último pênalti. Haja dependência. Neymar é genial. Mas tem apenas 22 anos. É improvável que vá muito longe um grupo de atletas que transfere para um garoto a missão de carregar o Brasil nas costas.
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