CORREIO BRAZILIENSE -
"Quero ver na Copa",
bordão repetido diante do atraso das obras de mobilidade exigidas pela
Fifa, inspira preocupação relativa ao day after. Governo e empresários
deveriam estar com outro refrão na ponta da língua: Quero ver depois da
Copa. Mantida a situação atual, o Brasil sairá do Mundial de Futebol com
carimbo indesejável - o de país caro.Os
investimentos feitos para atender a demanda do público que se espera
que venha assistir aos jogos nas 12 cidades sedes precisarão continuar a
servir à nação. A ninguém interessa ver aeroportos, hotéis e
restaurantes entregues às moscas. O cenário futuro é tão preocupante
quanto o presente, em que se conjuga o verbo faltar.
Justifica-se a apreensão. Os preços explodiram. Diárias de hotel tiveram o custo multiplicado - por baixo - mais de três vezes. Passagens aéreas viraram objeto de alto luxo. Comidas e bebidas, mesmo as consumidas em barracas de praia, alcançam valores que rivalizam com os de restaurantes elegantes de Tóquio, Paris ou Londres. O abuso não passa despercebido. Reportagens em veículos respeitados, como o The New York Times e a The Economist, têm dado generoso espaço à "pizza de queijo de US$ 30".
Não se deve ao acaso o fato de os brasileiros serem conhecidos como os turistas que mais deixam dólares no exterior. Eletrônicos, roupas, sapatos, vestidos de noiva, enxoval de bebê compõem rotineiramente a bagagem dos viajantes que desembarcam nos aeroportos nacionais. Sair com as malas vazias e voltar com elas cheias das mais diferentes mercadorias compensa - mesmo se houver necessidade de pagar imposto de importação.
Conhecidas distorções da economia explicam, em parte, o alto custo de bens e serviços. É o caso da complexidade e do peso da carga tributária, da labiríntica e emperrada burocracia, da rigidez da legislação trabalhista, da baixa produtividade da mão de obra, da insuficiente infraestrutura.
Embora crônicas e significativas, tais deformações não respondem sozinhas pela carestia que assusta o consumidor. Elas vêm aliadas ao abuso de empresários míopes, incapazes de ver além da Copa. Esquecem-se de que desperdiçam excelente oportunidade de divulgar o país para o mundo e, com isso, conquistar turistas por duas vias. Uma: dos que voltarão. A outra: dos que virão incentivados pela experiência dos antecessores.
Agem como o proprietário da galinha dos ovos de ouro. Inapto de esperar pelo lucro que vem ao longo dos dias, ele matou a penosa para apoderar-se da riqueza de uma só vez. O resultado todos conhecem: dentro da barriga que parecia mina inesgotável encontrou vísceras sangrentas. As associações de hotéis, bares, restaurantes e similares devem tomar providências para, em vez de matar a galinha, tratá-la com ração de luxo. Em bom português: imaginar o depois da Copa.
Justifica-se a apreensão. Os preços explodiram. Diárias de hotel tiveram o custo multiplicado - por baixo - mais de três vezes. Passagens aéreas viraram objeto de alto luxo. Comidas e bebidas, mesmo as consumidas em barracas de praia, alcançam valores que rivalizam com os de restaurantes elegantes de Tóquio, Paris ou Londres. O abuso não passa despercebido. Reportagens em veículos respeitados, como o The New York Times e a The Economist, têm dado generoso espaço à "pizza de queijo de US$ 30".
Não se deve ao acaso o fato de os brasileiros serem conhecidos como os turistas que mais deixam dólares no exterior. Eletrônicos, roupas, sapatos, vestidos de noiva, enxoval de bebê compõem rotineiramente a bagagem dos viajantes que desembarcam nos aeroportos nacionais. Sair com as malas vazias e voltar com elas cheias das mais diferentes mercadorias compensa - mesmo se houver necessidade de pagar imposto de importação.
Conhecidas distorções da economia explicam, em parte, o alto custo de bens e serviços. É o caso da complexidade e do peso da carga tributária, da labiríntica e emperrada burocracia, da rigidez da legislação trabalhista, da baixa produtividade da mão de obra, da insuficiente infraestrutura.
Embora crônicas e significativas, tais deformações não respondem sozinhas pela carestia que assusta o consumidor. Elas vêm aliadas ao abuso de empresários míopes, incapazes de ver além da Copa. Esquecem-se de que desperdiçam excelente oportunidade de divulgar o país para o mundo e, com isso, conquistar turistas por duas vias. Uma: dos que voltarão. A outra: dos que virão incentivados pela experiência dos antecessores.
Agem como o proprietário da galinha dos ovos de ouro. Inapto de esperar pelo lucro que vem ao longo dos dias, ele matou a penosa para apoderar-se da riqueza de uma só vez. O resultado todos conhecem: dentro da barriga que parecia mina inesgotável encontrou vísceras sangrentas. As associações de hotéis, bares, restaurantes e similares devem tomar providências para, em vez de matar a galinha, tratá-la com ração de luxo. Em bom português: imaginar o depois da Copa.
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