Jornalista Andrade Junior

sábado, 2 de abril de 2016

Com Lula no Planalto, Dilma vai amargar a solidão do poder

Catarina Alencastro, Simone Iglesias e Eduardo Barretto O Globo


Ainda que a nomeação para a chefia da Casa Civil esteja em suspenso, a chegada do ex-presidente Lula ao quarto andar do Palácio do Planalto já começou a mexer com as emoções e com a autoestima de quem deve trabalhar diretamente com ele. É o chamado “efeito garçom”, como têm brincado alguns servidores do local.
A volta do líder petista causou comoção no palácio. E passaram  a vigorar regras mais rígidas de circulação, para desgosto dos jornalistas que cobrem a Presidência, e entre os servidores há quem fique desconfiado com a possibilidade de o ex-presidente se sobrepor a própria Dilma Rousseff.
— As secretárias se apressam para atendê-lo. Os garçons disputam levar café para ele. Tem assessor de alto escalão que está tirando onda por estar trabalhando com ele — relata um servidor da Casa Civil.
NO QUARTO ANDAR
Mesmo se a Justiça cancelar definitivamente a posse, Lula continuará a monopolizar o quarto andar do Planalto, na condição de ministro sem pasta, e lá concentrará sua equipe para atuar na articulação política do governo.
Hoje ele estará de volta ao palácio, para assumir a articulação política. Nas poucas horas em que despachou após empossado, há duas semanas, o ex-presidente convocou os três subchefes da Casa Civil (Assuntos Jurídicos; Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais; e Articulação e Monitoramento) para conhecê-los e ouvir quais tarefas cada um está tocando.
— Porra, mas aqui tem chefe pra caralho — brincou Lula, ao ser apresentado aos servidores.
INTERDIÇÃO BRANCA
Ao fim do encontro, avisou que pretende manter toda a equipe e que só deverá trazer duas ou três pessoas próximas para o ajudar no gabinete, como o ex-ministro Gilberto Carvalho.
Há quem avalie que, com Lula e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) no quarto andar e Jaques Wagner no terceiro, o trio petista estaria fazendo uma “interdição branca” em Dilma, que passaria a ter atuação limitada.
— Todo mundo sabe que o grande problema do governo é a articulação política. E ele veio para tocar isso – resume um auxiliar da presidente.









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