Eduardo Bresciani e Maria Lima O Globo
Em dez anos de governo do PT, os dois filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o biólogo Fábio Luís, o Lulinha, e o estudante de educação física Luís Cláudio da Silva se transformaram em grande empresários. O aumento patrimonial considerado atípico e o estilo de vida luxuoso têm gerado todo tipo de especulação sobre a possibilidade enriquecimento ilícito e tráfico de influência. Com faturamento anual milionário , os dois irmãos são sócios em duas holdings que administram seis empresas nas áreas de entretenimento e eventos, a LLCS Participações e a LLF Participações.
O primogênito de Lula foi catapultado para o mundo dos grandes negócios dois anos depois da posse do pai no Planalto, em 2005, quando a antiga Telemar — hoje Oi — pagou R$ 5,2 milhões para se associar com à Gamecorp, uma microempresa de jogos na internet criada por Fábio e amigos anos antes. O negócio gerou grande polêmica e até um inquérito para apurar possíveis ilegalidades, arquivado por falta de provas pelo Ministério Público Federal. Na época, questionado sobre o sucesso do negócio, o então presidente Lula fez piada: “Que culpa tenho eu se meu filho é o Ronaldinho dos negócios?”
TELEMAR
Em entrevista à “Revista Piauí”, o ex-ministro José Dirceu contou que um dos raros momentos que se indispôs com o amigo Lula foi quando estourou na imprensa o negócio de Lulinha com a Telemar . No perfil traçado por Dirceu para a jornalista Daniela Pinheiro, Lulinha é descrito como alguém que tinha desprezo pela verdade . “É assim: estamos aqui tomando cerveja, neste hotel simples, à tarde. Quando o Lulinha conta essa história, ele conta assim: ‘Estavam os dois, à noite, tomando champanhe Cristal no Hotel Ritz, em Paris’. Ele quer melhorar a história, ele fabula. O Lulinha pegava pesado.”
Segundo a reportagem da “Piauí”, na ocasião, Dirceu disse ter procurado Lula, que respondeu: “Você vai ficar enchendo meu saco por causa do Lulinha, Zé Dirceu?”
INVESTIGAÇÕES DA PF
Além da investigação sobre a transação da Gamecorp com a Telemar, Lulinha foi investigado em uma ação da Polícia Federal por causa de suas andanças na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. Produzido pelo Núcleo de Inteligência da PF, o documento afirma que Lulinha manteve encontros em janeiro de 2008 com diretores de Itaipu, a empresa binacional de energia. O relatório ganhou selo de confidencial e foi classificado pela PF como um caso de “enriquecimento ilícito”, apesar de não haver menção explícita ao crime no texto. O caso também foi arquivado.
Desde 2006, quando estourou o caso da Gamecorp, parlamentares da Oposição vem apresentando requerimentos de convocação de Lula e Lulinha em várias CPIs para investigar tráfico de influência. Mas com a blindagem da base governista, nenhum requerimento foi aprovado até hoje.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O outro filho de Lula, Luis Cláudio, também é fenômeno empresarial e está envolvido na Lava Jato. Uma empresa criada por ele recebeu pagamentos de uma das consultorias suspeitas de atuar pela Medida Provisória 471, que prorrogou benefícios fiscais de montadoras de veículos. A Marcondes & Mautoni Empreendimentos fez repasses à LFT Marketing Esportivo, aberta em março de 2011 por Luís Cláudio. Os valores alcançam 2,4 milhões de reais e foram transferidos em parcelas de 400.000 reais. Naquele mesmo ano, a medida provisória começou a vigorar. Coincidência? (C.N.)
extraídadetribunadainternet





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