por Bernardo Mello Franco Folha de São Paulo
Antes de ficar famoso, o deputado Eduardo Cunha cultivou uma notória
amizade com PC. Quando Collor chegou lá, foi premiado com a presidência
da Telerj. Na época, os cariocas que discavam 102 para consultar a lista
telefônica ouviam a voz de Cláudia Cruz, uma simpática apresentadora de
telejornais locais.
Ela sumiu da TV, mas voltou a ser lembrada no início do ano. Casada com
Cunha, tornou-se a primeira-dama da Câmara dos Deputados.
Na sexta-feira, documentos do Ministério Público da Suíça revelaram que
madame gastou demais. Segundo as investigações, Cláudia é beneficiária
da conta Kopek, aberta sob o número 457.8512 no banco Julius Bär, com
sede em Zurique.
Sua movimentação financeira é espantosa para uma jornalista que
abandonou a carreira há mais de dez anos. Entre os gastos que já foram
rastreados, aparecem repasses de US$ 841,7 mil (cerca de R$ 3,16
milhões) apenas para cobrir as despesas com dois cartões de crédito.
Outros US$ 59,7 mil (R$ 224,4 mil) pagaram uma temporada na academia de
tênis IMG, em Miami. O centro foi fundado por Nick Bollettieri,
ex-treinador de estrelas do esporte como Boris Becker e Andre Agassi.
Os procuradores suíços seguiram o dinheiro até encontrar sua origem: um
contrato de US$ 34,5 milhões (R$ 124,9 milhões) da Petrobras para a
exploração de um campo de petróleo no Benin, na África.
Há exatos 52 dias, Cunha foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal sob
acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. Só continua na cadeira até
hoje graças à aliança com a oposição, que apostou nele para tentar
derrubar a presidente Dilma Rousseff.
extraídaderota2014blogspot





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