Fechadas as convenções, a chapa nacional e as coligações estaduais, o
candidato do PSDB a presidência, senador Aécio Neves (MG), não quer
perder tempo e já tem estruturados os primeiros passos da campanha de
rua: vai começar simbolicamente pelo Nordeste. Ele vai liderar uma
caravana pelas cidades polos, visitando até três estados por dia, para
apresentar um plano de infraestrutura e, segundo a campanha, a retomada
do desenvolvimento para a região. Na quinta-feira, Aécio fará a primeira
reunião do comando da campanha para definir a parte de comunicação e
diretrizes do programa, que deve ser entregue junto com o registro da
chapa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até sábado.
A atenção especial ao Nordeste, onde Aécio é pouco conhecido, é um
contraponto ao perfil paulista da chapa, que tem como vice o senador
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). A proposta da campanha tucana é ter
uma coordenação logística em cada estado, para levantar os gargalos da
infraestrutura. No plano de governo do tucano consta o término de obras
inacabadas, como a transposição do Rio São Francisco e da Ferrovia
Transnordestina. O candidato pretende levar a experiência de irrigação
de uma grande área do nordeste mineiro, o Projeto Jaíba, considerado de
sucesso pela gestão tucana, para o Nordeste...
PROGRAMAS SOCIAIS SERÃO MANTIDOS
A chapa de Aécio Neves na região têm o intuito de diminuir o temor de
que a possível eleição do tucano acabe com projetos sociais, como o
Bolsa Família. Em reunião com aliados, realizada nesta terça-feira em
Brasília, Aécio alinhou sua estratégia com colegas do partido:
— Vamos ter um capítulo muito claro para o Nordeste. A gente vai
mostrar que dá para fazer, como começa e como termina uma obra para
realmente atender a população. Se a gente ganhar, quando passarem dois
anos, a população vai ver como esse governo é ruim, como é medíocre —
disse o presidenciável.
Com a definição da candidatura do ex-ministro José Serra ao Senado,
Aécio fechou a articulação política e já definiu o mote para a campanha
paulista: “Aécio, Geraldo, Aloysio e Serra: para o bem de São Paulo e do
Brasil”. Caso Serra seja eleito, a intenção é levá-lo para algum
ministério e deixar o deputado José Aníbal, suplente no cargo, como
senador. Ainda em São Paulo, a estratégia de campanha será demonstrar
que o governo Alckmin, “ético, eficiente e de melhores indicadores
sociais”, será fortalecido com a parceria do governo federal. O comando
tucano avalia que a disputa em São Paulo será polarizada com o PMDB de
Paulo Skaf.
— São Paulo merece uma campanha quase exclusiva, com uma estrutura de
comunicação específica e coordenadores regionais integrando, por baixo,
400 prefeitos, inclusive do PMDB e outros partidos. Agora, o Geraldo
(Alckmin) vai ter o que lhe faltou até agora. Quem vai ficar contra um
casamento que reúne Aécio na presidência, Serra no Senado, Aloysio na
vice-presidência e Geraldo no governo de São Paulo? — disse o
presidenciável em conversa com integrantes do comando da campanha.
FOCO NOS ‘PROBLEMAS NA ECONOMIA’
Nas diretrizes programáticas que serão apresentadas, a situação
econômica terá destaque. Os economistas que integram a equipe do
programa de governo têm dito a Aécio que o quadro “vem se agravando
muito nos últimos meses” e o comportamento de “leniência” do governo
pode levar a um “quadro preocupante” para quem quer que ocupe o Planalto
a partir de janeiro.
— A impressão que dá é que entregaram os pontos, não estão tomando as
medidas que precisam ser tomadas, não se preocupam com as consequências
para daqui a pouco. Se ficarem mais quatro anos, o que ainda não está em
risco, pode vir a estar, risco democrático mesmo — avaliou Aécio.
O candidato tucano informou que vai investir na comunicação,
principalmente rebatendo ‘ataques’ pela área jurídica. Aécio afirma que,
pessoalmente, não vai “guerrear” nas redes, mas se defender das
“picaretagens”.
— O PT já me deu o tom da minha campanha. Eles vão ficar com as
ameaças, a tática do medo e da mentira. Meu mote será a esperança, o
futuro, propostas, vou falar para a frente. Não quero ganhar a
presidência do Brasil para brigar e dividir — concluiu o candidato.
Fonte: Por MARIA LIMA, O Globo -
fonte blogdosombra
0 comments:
Postar um comentário