Que bom te ver por aqui, seja bem vindo. Neste espaço busco repassar a informação séria, sem censura. Publico artigos e notícias que estão na internet e que acredito serem de interesse geral. Também publico textos, vídeos e fotos de minha autoria. Nos textos há sempre uma foto ou um gif, sempre ilustrativa, muitas vezes, nada tem a ver com o texto em questão. Para entrar em contato comigo pode ser em comentários nos artigos ou, então, pelo e mail andradejrjor@gmail.com.
Dilma, Aécio e Campos, podem começar a treinar o “Lepo Lepo” – com dancinha sensual e tudo o mais
O eleitor brasileiro está bolado. Não sabe mais em quem quer votar. É
bem mais fácil encontrar quem diga “tudo menos Dilma” ou “tudo menos
Aécio”. Nesta eleição das eleições, o grande campeão antecipado parece
ser o voto da rejeição. A maior batalha do eleitor consciente é contra o
oportunismo e as ilusões do marketing. Se o Brasil quiser mais tempo
para debater os temas incluídos naquelas três letrinhas mágicas, IDH
(Índice de Desenvolvimento Humano), o melhor candidato é o segundo
turno.
Até agora, na ressaca da Copa e no recesso sem-vergonha do Congresso, o
eleitor só sabe que todos os candidatos prometem mudar. E que a
coerência morreu. A presidente petista Dilma Rousseff anuncia que terá
comitê evangélico e esquece que um dia defendeu o direito das mulheres
ao aborto. Promete subir em todos os palanques. Quer ressuscitar o
perfil satírico da Dilma Bolada, criado por um publicitário no Facebook,
com o dobro de seguidores do perfil oficial.
O candidato tucano Aécio Neves defende o programa Mais Médicos e
qualquer outro projeto que o aproxime do povão. Eduardo Campos, do PSB,
tem duas caras- metades que nunca deram liga: Marina e Alckmin. Todos os
candidatos prometem transparência, eficiência e mudança.
Dilma, Aécio e Campos são contra “os ativistas”, uma denominação que
generaliza e empobrece os protestos legítimos de 2013. Elisa de Quadros
Pinto Sanzi, a Sininho, não tem estofo para ser heroína nem vilã.
Errática, aloprada, ela não representa quem lotou as ruas e acordou o PT
de sua letargia e de seu distanciamento dos jovens. Ninguém me
convencerá de que a Sininho é líder de nada. A moça jamais sonharia com
tamanho status. “Mentora de toda a quadrilha”, segundo a polícia? Dizer
que essa moça, Sininho, ameaça a democracia é levantar demais a bola
dela. Ativistas arrependidos ajudaram a polícia a “montar o organograma
do comando do grupo”? Menos, gente. Daqui a pouco, alguém falará em
guerrilha.
À saída da penitenciária de Bangu, os amigos protegeram uma Sininho
pululante de fotos. Como? Agrediram jornalistas e quebraram câmeras de
repórteres fotográficos. Um enredo de quinta categoria do início ao fim.
Há muitas outras maneiras menos espetaculosas e mais sensatas de
impedir atentados à ordem urbana do que distribuir golpes de cassetete
em moças de jeans. Ou algemar um bando de “ativistas”. Era tão claro que
eles receberiam o benefício do habeas corpus. Criar jovens mártires é
uma atitude tão contraproducente e ingênua quanto pedir asilo no
consulado do Uruguai. Uma bobagem só, que não merece manchete.
O novo eleitor, bolado com a repressão, a recessão e a violência, lê
então na imprensa que os candidatos estão empenhados em atrair o voto da
juventude. Dilma é a mais empenhada porque é na rapaziada que ela
enfrenta a maior rejeição. Uma pesquisa do Datafolha mostrou que 45% dos
jovens entre 16 e 24 anos dizem que não votariam em Dilma em hipótese
alguma no primeiro turno. Segundo a mesma pesquisa, num eventual segundo
turno, 46% dos eleitores de 16 a 24 anos votariam em Aécio, e 39% em
Dilma.
Por que a estrela vermelha não cativa mais os jovens? Porque eles se
sentem traídos por um partido que se dizia de esquerda, prometia lisura e
ética e acabou aliado a José Sarney, Renan Calheiros, Fernando Collor e
companhia. Se os jovens querem mudar “tudo isso que está aí”, como
votar na continuidade do único governo que conhecem e que há 12 anos se
mantém no poder? Eles eram crianças, tinham entre 4 e 12 anos, quando
Lula foi eleito pela primeira vez. Para tirar proveito dessa fraqueza de
Dilma, Aécio tem o apoio de um poderoso porta-voz. José Júnior,
fundador e coordenador do AfroReggae, líder de projetos de inclusão
entre a moçada da periferia, conversará com os jovens em nome dele.
Mais que o jovem, o eleitor cortejado é o povão, que não quer só
eletrodoméstico, mas comida, educação, saúde e emprego. O perfil do
eleitor bolado está no maior hit da Copa, o “Lepo Lepo”. Atenção,
candidatos, decorem:
Ah, eu já não sei o que fazer/
Duro, pé-rapado e com o salário atrasado/
Ah, eu não tenho mais pra onde correr/
Já fui despejado, o banco levou o meu carro/
Eu não tenho carro, não tenho teto/
E se ficar comigo é porque gosta/
Do meu rá rá rá rá rá rá rá o lepo lepo/
É tão gostoso quando eu rá rá rá rá rá rá rá o lepo lepo.
O cantor, Márcio Victor, diz que o “Lepo Lepo” é “a música do povo, é o
que o povo quer ouvir”. Dilma, Aécio e Campos, comecem a treinar o
“Lepo Lepo”, com o gestual sensual e tudo o mais. Se perguntarem em
algum debate televisivo, o ritmo é o arrochanejo. Mistura de arrocha com
sertanejo, pagode e axé. A cara do Brasil.
Como profissional, trabalhei como apresentador, repórter, redator, produtor, diretor de jornalismo em várias emissoras de rádio - Rádio Difusora de Pirassununga, Rádio Cultura de Santos e São Vicente, Rádio Capital de Brasília, Rádio Alvorada de Brasília, Sistema Globo de Rádio/DF, Rádio Manchete FM/DF, Rádio Planalto de Brasília e 105 FM DF e Rádio Cultura de Brasília. Fui Professor de Radiojornalismo no CEUB. Funcionário concursado da Secretaria de Saúde do Distrito Federal requisitado pelo TCDF até me aposentar em fevereiro ultimo. Também trabalhei, nos anos 70 no jornal O Movimento de Pirassununga.
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